sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um jornal falante

Causou um grande susto um anúncio sonoro da VW publicado num jornal indiano. Ligações para a polícia, denúncias de bomba, idosos passando mal. Também pudera. A gente pega uma mídia impressa, que até então só estimulava nosso sentido visual, e taca um barulho nela, é de assustar mesmo.

Quando li a notícia, achei interessante. Lembrei-me de imediato do cartão musical que um dia ganhei e achei maravilhoso esse avanço tecnológico, além de dever ser bem caro também. Mas, em seguida me dei conta do abuso. Você pega seu jornal tranquila, leva pro quarto pra desfolhar com cuidado e poder ler ao lado de quem você ama, por exemplo. De repente começa alguém falando, fazendo uma propaganda inesperada. É agressivo. É capaz de você gritar (se for mulher, é claro, rsrsrs), jogar o jornal pro alto, no chão, sei lá. Isso pra não falar na paranóia de bomba. Já pensou se daqui a pouco você está ouvindo seu radio no carro e começa a sair um cheiro ou uma imagem holográfica? Definitivamente não estamos preparados para essa sinestesia.

Se a evolução for por aí, pelo menos que se coloquem advertências nos meios de comunicação.

2 comentários:

  1. Acho que essa é uma tentativa de "atualizar" o meio "jornal", que a cada dia fica mais "velho" diante da internet, TV, etc. Agregar a ele, que é bidimensional e estático, um "algo a mais", como o som (sem dúvida, uma novidade inimaginável). Mas acho que é uma tentativa do tipo "último suspiro do moribundo". Jornal já era, perde leitores a cada dia. Celular, com acesso à internet e à TV, fornece tudo o que precisamos, por exemplo. O computador, com internet e notícias imediatas, onde podemos ler textos, ver fotos e vídeos também, enviando por e-mail para outras pessoas, isso sim é moderno, dinâmico e completo (imagens, som, vídeo, movimento, etc). Sem falar que na internet vc pode ver a mesma notícia em "canais" (sites) diferentes, confrontando versões, etc. O jornal é superlimitado. Além de tudo, vc compra 1 jornal e fica "preso" à versão desse jornal. Ninguém vai à banca e compra 4 jornais diferentes para ler uma notícia. Enfim, nem com som (de propaganda!!!) o jornal vai se salvar!

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  2. A coisa anda tão interativa que o Google está parecendo marido/namorado ciumento. Pra mim tá óbvio que o Google está lendo meus e-mails que ultimamente mando Curriculum para todos os cantos e os anúncios da minha minha página do gmail são todos de agência de emprego, ou curso de Pós-graduação. Alguns podem dizer que o Google está trabalhando de graça para mim, mas preciso de privacidade. Qualquer dia a tecnologia vai estar tão avançada que a minha geladeira vai me dizer o que eu posso comer, melhor seria fogão cozinhar sozinho sem precisar da minha presença, eu, aqui do sofá só gritaria.. Me faz um caféee e todos os eletrodomésticos se mobilizariam para servir a minha real pessoa, não poderia ser virtual.

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