sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os testas-lisas



Parece que eu fiquei em coma um ano, não sei, mas tomei um susto quando acordei, achei que o tempo tinha corrido e só eu não sabia. Liguei a TV no noticiário e lá estava a Leilane. Mudei de canal e dei de cara com a Suzana Vieira sendo entrevistada, peguei o jornal e vi a foto da Claudia Gimenez. Na ponte, um outdoor com a cara esticada do Fabio Junior. Caraca! É uma nova república dos testas-lisas? Ninguém tem mais expressão? É todo mundo com a mesma cara?

Imaginei pegar esses midiáticos e deixá-los numa ilha, à la Robinson Cruzoé, para um resgate dentro de um ano. O efeito botox iria por água abaixo, e a expressão, como ficaria?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Flor de sal grosso



Vocês já viram um pinheiro em flor? O que é a ignorância, eu nunca soube disso e quando o pinheiro aqui de casa deu flor, pensei que fosse praga. Eram pontinhos brancos nos vértices das folhas que lembravam grãos de sal grosso.

E eu pensei: então também hão de espantar os maus olhados e os espíritos sem luz. Mas que medo é esse que aparece de repente mesmo frente à agradável surpresa e descobrimento de um pinheirinho em flor? Pinheirinho até é modéstia porque há mais de um ano ele cresceu tanto que o mais de 1,80m do meu marido não deu para adornar-lhe o cume no Natal do ano passado. É um baita pinheiro que enfeita o jardim perto da piscina e eu de novo penso que é possível que crie raízes tão profundas que invadam a estrutura interna da piscina, quebrem os ajulezos e olha aí o prejuízo. Puxa vida, será que a felicidade me assusta tanto assim? Quantos fantasmas mais me rondam mesmo que seja de dia? Quantas culpas preciso espiar antes de conseguir somente apreciar o belo?



Bem, se dizem que ter a consciência é o primeiro passo, cá estou eu, e não há caminho tão longo que não comece com um simples passo. Enfim, um dia, quando conhecer-me mais e melhor, quisera poder descobrir em mim uma singela flor de sal grosso que me crescesse discreta, adornasse a alma e pudesse enfeitar também a sua vida.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Criatividade para malhar





Quem já não está cansado de saber que devemos malhar, exercitar o corpo para mantê-lo jovem mais tempo, saudável, reduzir os níveis de glicose, colesterol, melhorar a pressão? Saber a gente sabe e os mais disciplinados e conscientizados praticam, mas aposto que se houvesse um programa estimulante assim, lúdico, bem humorado, como este vídeo, para todos os gêneros, com motivos variados, o contingente de praticantes aumentaria muiiito. Fica a sugestão e a torcida para que seja posta em prática.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sobre MMA e outras batalhas



O que uma pessoa não tem que fazer para agradar seus 17 leitores e meio? Graças ao bom Ford (digo, Lord), que Agamenon, colunista, me ensinou. Pois é, um desses leitores exigentes me disse que eu tinha que dar um furo de reportagem, quiçá sobre MMA, que cá pra nós, até pouco tempo eu pensava tratar-se de algum fator matemático do qual eu tinha esquecido. Na minha época era MMC, MDC, pra MMA, não vai lá muita diferença. Bem, como um furo de reportagem eu só posso dar se pegar o jornal e enfiar a caneta em alguma matéria investigativa, vamos de MMA.

Pra quem não sabe, a sigla é inglesa, Mixed Martial Arts e eleva a porrada solta à categoria de esporte. Ih, acho que já perdi meu leitor. Prossigamos, porém.

No MMA, são dois oponentes que podem usar golpes de luta em pé e técnicas de luta no chão. A dita arte de baixar o cacete tem origem dupla, de um lado o vale-tudo que começou lá nos idos de 1930, e de outro, o shooto, artes marciais misturadas organizadas pelos japoneses na década de 1980. O negócio se tornou popular e alçou o estrelato nos Estados Unidos em 1993, quando se criou o primeiro UFC (Ultimate Fight Championship). Hoje em dia, a Sky cobra uns 40 paus se você quiser assistir a uma lutinha dessas na madruga e para ver o sangue escorrendo ao vivo é preciso pagar muito mais, variando de R$ 275 a R$ 1.600.

Acredito que o (ram, ram), esporte, atrai muito mais a ala masculina, mas lembro de ter visto a Sandy no gargarejo de uma final desses que o Anderson Silva disputa. Dio mio, perché? Eu pagaria para ver dois marmanjões se acarinhando, não libidinosamente, mentes poluídas, mas uns afagos aqui, um cafuné ali e dois beijos acolá, que mal tem? Que o digam os russos e a máfia italiana. Agora pagar pra ver gente batendo e gente apanhando, ah isso não é pra mim. E se me pagaram também não vou, só se for muiiiito. Agora, se reativassem as lutas do Coliseu, eu poderia abrir uma exceção. No mais, fico com outras batalhas, a gente também apanha, também bate, mas tem a chance de crescer e melhorar.

Em tempo: Pra quem gosta, o vídeo é de uma luta tida como uma das melhores dos últimos tempos, entre Minotauro e Bob Sap.

domingo, 9 de outubro de 2011

Politicamente correto



Antes de mais nada quero dizer que esse título é um chiste já que por si só denota uma impossibilidade: se alguma coisa é política, pelo menos em nosso país, por certo não pode ser correto, rsrsrs.

Dito isto, vamos ao que interessa. Uma amiga que incitou a falar sobre as canções de ninar encaminhando um e-mail que menciona letras de diversas cantigas do nosso folclore: Boi da cara preta", Atirei o pau no gato-to-to, Marcha soldado, O cravo brigou com a rosa e por aí vai. A mensagem inicial era passada por uma brasileira que trabalha como babá nos EUA, e lá, a criançada só ouve canções lindas de fadas e anjos e princesas onde tudo dá certo.

Bem, acho que as músicas do nosso folclore, salvo raras exceções (Atirei o pau no gato, por exemplo, poderia sair) deveriam continuar a ser difundidas, assim como os livros de Monteiro Lobato, mesmo aqueles hoje considerados politicamente incorretos. Fazem parte de nossa história e de nossa cultura, devem ser analisados dentro do contexto em que foram gerados, como tudo aliás. Lya Luft também pensa assim e diz que o medo é necessário e faz parte da vida, ajuda-nos a criar defesas, desde que não seja uma coisa desproporcional, é claro. As crianças gostam dessas músicas e até se divertem com elas. Passa pelo imaginário infantil, pela fantasia. Quando tiramos isso delas cria-se um mundo irreal, de mais fantasia ainda, como se tudo fosse perfeito, bonito e justo. Essa não é a vida.

Sei não, mas acho a sociedade americana uma das mais doentes do mundo, basta ver como geram serial killers que do nada massacram crianças em escolas, pessoas em shoppings e tudo mais. Não há uma análise simplista para isso, mas acho que essa visão de mundo perfeito que as cantigas americanas proclamam não contribuem em nada, a não ser para enfatizar o sentimento de superioridade e prepotência tão característico a essa potência dominadora.

domingo, 2 de outubro de 2011

Masculino e feminino, Feminino e Masculino



Que bom que meu post repercutiu e já foi capa do Globo e tudo, rsrsrsrs. Que bom que além da ministra Iriny mais 15 pessoas entraram com pedido de suspensão da campanha da Hope, estrelada pela Gisele, ainda que a ação desejada não tenha se concretizado, até agora. Pena, no entanto, que o Globo, e inclusive o Chico estejam tratando o assunto com tanto partidarismo pró-Bundchen, mostrando parte da campanha com o ‘certo’ assinalado quando é a modelo quem posa de biquini e ‘errado’ quando é a ministra, quer em reprodução fotográfica, quer em charge. Ai, ai, é preciso ver e ler o que esse pessoal não escreve, se não estamos muito fritos.

Aí a gente segue absorvendo mais informação sobre o tratamento que a mulher ainda recebe no mundo: estímulo ao aborto feminino na Índia e na China, chibatadas para mulher que ‘teima’ em dirigir na Arábia Saudita, clitóris cortado e vagina costurada na Somália, Sudão, Etiópia e por aí vai. A lista é tão extensa quanto deprimente e, como hoje é domingo, vou amenizar.

Gostaria mesmo é que as pessoas refletissem sobre como gestos simples, travestidos de um humor pra lá de questionável, podem ter consequências graves na psique humana, se enraizar no íntimo do masculino e do feminino consagrando de um lado o machismo - trazendo a reboque o autoritarismo e a opressão - e de outro o sentimento de inferioridade, submissão ou revolta, ambos conduzindo a infelicidade mútua. Nisso tudo, e ainda mais que hoje termina o Rock in Rio (saudades do 1º), fico com Pepeu Gomes. Ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino, se Deus é menina e menino, sou masculino e feminino.