Incrível o que o futuro nos reserva. Acho que Aldous Huxley está se revirando todo, pois nem mesmo seu Admirável Mundo Novo poderia prever tamanha revolução tecnológica. A última novidade que me deixou de queixo caído foi o Grindr, um aplicativo para eletrônicos portáteis, com GPS, que mostra, em questão de metros, quais são os homossexuais, bissexuais ou simpatizantes que estão no perímetro.
Mais de 750 mil pessoas já usaram o serviço, que agora deve se expandir ainda mais. Ao alcance de um toque no celular, uma trepada com o gênero que você quiser, escolhendo o/a fulaninho(a) pela foto. Meu Deus! A pergunta não é mais ‘Onde vamos parar?’, mas sim se vamos parar.
Espero que não acabem com a graça dos encontros furtivos, com o diálogo olho no olho, com as intimidades paulatinamente conquistadas ao resvalar de dedos e bocas. Fundemos a sociedade dos poetas vivos. Afinal, se a inteligência nos diferencia e a cultura nos humaniza, é preciso cultivar a poesia da vida para deixar vir o amor. Nanotecnologia, um pouco de romantismo, por favor.
Coisas que afetam nossa vida cotidiana, sentimentos, sensações, pensamentos, filosofia, partilhar tudo isso
domingo, 20 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
A verdadeira viagem
Uma crônica da Martha Medeiros na qual ela acha hilariante um livro que conta uma viagem à Índia me incentivou a comprar “Eu, minha (quase) namorada e o guru dela”. Os primeiros capítulos são realmente muito engraçados, mas depois a narrativa vai ficando estranha. De qualquer forma me fez refletir sobre o significado de uma viagem dessas.
No livro, o protagonista, estudante inglês classe média que está em ano sabático, acha que precisa provar que é capaz de viver 3 meses na Índia. Ele considera uma vergonha voltar antes disso, uma prova de fracasso, humilhação. A ‘quase’ namorada que o convence a ir é ainda pior. A hipocrisia é o ar que ela respira, mas ela não se dá conta. Vai aderindo de forma absolutamente artificial aos costumes e à cultura, e quando volta a Londres, parece que tudo não passou de um sonho, ou um pesadelo.
Acho que antes de ir à Índia, deveríamos fazer uma viagem ao nosso interior. E buscar um auto-conhecimento que transcende à quantia de dinheiro ou bens que tem uma pessoa, que transcende a seu status, seu grau de instrução, sua cor de pele, seu gênero, suas crenças. No mais, toda viagem enriquece, os olhos, a mente, a alma. Depende do que já sabemos sobre nós e do quanto ainda temos a aprender. A Índia, o Haiti e tantos lugares mais são aqui.
No livro, o protagonista, estudante inglês classe média que está em ano sabático, acha que precisa provar que é capaz de viver 3 meses na Índia. Ele considera uma vergonha voltar antes disso, uma prova de fracasso, humilhação. A ‘quase’ namorada que o convence a ir é ainda pior. A hipocrisia é o ar que ela respira, mas ela não se dá conta. Vai aderindo de forma absolutamente artificial aos costumes e à cultura, e quando volta a Londres, parece que tudo não passou de um sonho, ou um pesadelo.
Acho que antes de ir à Índia, deveríamos fazer uma viagem ao nosso interior. E buscar um auto-conhecimento que transcende à quantia de dinheiro ou bens que tem uma pessoa, que transcende a seu status, seu grau de instrução, sua cor de pele, seu gênero, suas crenças. No mais, toda viagem enriquece, os olhos, a mente, a alma. Depende do que já sabemos sobre nós e do quanto ainda temos a aprender. A Índia, o Haiti e tantos lugares mais são aqui.
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