Não sei se vocês já viram o anúncio da Hope que a Gisele Bundchen está fazendo (link http://www.giselebundchen.com.br/novidades/9809/nova-campanha-de-lingerie-gisele-ensina). Eu achei absolutamente chocante. Primeiro ela aparece de vestido dando para o marido (calma) a notícia de que a mãe dela vai morar com eles. Aí aparece marcado ‘errado’ naquela forma de comunicação e então a Hope vai ensinar a forma certa de dizer. Aparece novamente a Gisele de calcinha e sutiã, dando a mesma notícia, com a marcação de ‘certo’. E a vozinha diz: ‘Você é brasileira, use seu charme’.
Francamente, depois de a mulher ser acusada de provocar estupros por se vestir de modo ‘ousado’, de se matar a companheira alegando honra masculina ferida e outras atrocidades, vieram a luta pelos direitos iguais, a lei Maria da Peña e parcos avanços sociais. E agora, em pleno 2011, invadem a minha casa com uma mensagem dessas, que nem sei como caracterizar. É assim que se passam os conceitos mais podres, em tom de brincadeira, de gracinha.
Decepção com a Gisele, que eu pensei ter mais que beleza exterior para mostrar. Decepção com o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que nem deveria permitir uma mensagem machista dessas e decepção com a Hope, que não entra mais aqui em casa. Aqui, só esperança legítima, dessas que brotam da alma do homem sem gênero, crescem com as ideias, frutificam com as palavras e semeiam ações que valem a pena.