sábado, 1 de setembro de 2012

Ao vento, palavras libertas




Publicar um livro é literalmente um sonho
é a possibilidade de partilhar o seu eu,
de dividir-se multiplicando-se
em cada leitor.
É plantar uma semente
e ver florir
como frutos
palavras que foram libertadas.


O caderno Prosa de hoje, 1º de setembro de 2012, traz uma página inteira sobre a autopublicação de livros. Há interessantes considerações sobre o futuro dos editores, o crescimento da publicação eletrônica e coisas do gênero, mas não quero me deter em nada disso. Acho que o que faltou na abordagem do tema foi falar de sonhos.

Sim, porque, publicar um livro é literalmente um sonho, a realização de uma coisa que você pensou que ficaria circunscrita às suas ideias, pensamentos, rascunhos impressos. É a possibilidade de partilhar o seu eu, de dividir-se multiplicando-se em cada leitor que lhe honrar com a sua leitura própria e peculiar do que você pensou ter dito. É plantar uma semente e ver florir como frutos palavras que foram libertadas.

Hoje em dia, a tecnologia nos permite dar esse passo a mais, é possível e viável financeiramente imprimir livros por sua conta sem que você vá à falência por causa disso. Você pode começar pequeno e ir crescendo à medida do interesse de seus leitores. Tenho inúmeros colegas que já trilharam esse caminho e o sorriso que trazem estampado no rosto pela conquista é a melhor resposta ao julgo das editoras, que naturalmente em primeiro lugar vêem seus bolsos. Nada contra, é um critério, mas há outros.


Já agendou? 25 de setembro, às 20h, na Sala Carlos Couto do Teatro Municipal de Niterói, venha sonhar junto comigo em Travessia do Verso


5 comentários:

  1. Rita, sabe do que lembrei, lendo seu post, na angustia e desespero de Clarice Lispector em se livrar logo do filho parido (me corrijam se eu estiver errada, minha memória é uma desgraça) eu vou lendo as coisas, vendo entrevistas e não me preocupo em decorar nomes, lugares ou seja lá o que for. Fique a imaginar se ela inicialmente achava que era um sonho ou um pesadelo compartilhado. Eu particularmente penso como voce

    "É a possibilidade de partilhar o seu eu, de dividir-se multiplicando-se em cada leitor que lhe honrar com a sua leitura própria e peculiar do que você pensou ter dito. É plantar uma semente e ver florir como frutos palavras que foram libertadas". Palavras libertadas é .... de bom (desculpe, xinguei, foi porque gostei rsrsr).

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  2. Realizar um sonho não tem preço.
    Para todas as outras despesas (diagramação, capa, gráfica, convite, lançamento...), existe Mastercard. Que, curiosamente (e isto a propaganda não diz), também atende pelos nomes de Amigos, Filhos e Marido.
    Para publicar seu sonho vale tudo - e os Amigos, Filhos e Marido têm a grande vantagem... de que não cobram juros!
    Na verdade, para estes é um prazer participar da aventura e ver a autora realizada. Parabéns Rita!!!

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  3. Helene, seus textos são sempre muito prazerosos e essa pitada de humor que você coloca é dez. Eu acho a Clarice muito down, por isso o pesadelo. Felizmente, estamos mais para o sonho. Obrigada pela sua participação. Bjs.

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  4. Newton, é verdade, sem a família e os amigos seria tudo muito mais difícil, na verdade nem existiria neste momento posto que inclusive o estímulo, a força e a ideia daí vieram. Muitos 'thanks' para vocês todos.

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  5. Li seu texto no blog. Muito bom! Realmente, deixar transpirar o sonho é essencial para a comunhão do escritor com o leitor. Lembra-me o conselho de Rainer Maria Rilke ao Jovem Poeta: "Utilize, para se exprimir, as coisas de seu ambiente, as imagens de seus sonhos e os objetos de suas lembranças". Encontro-os nos seus textos. Ansiosa, aguardo "Travessia do Verso".
    Beijos.
    Elenir

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