segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Sexualidade teen: como encarar?

Este texto é um perigo, um perigo para mim mesma que tenho que me defrontar com os novos conceitos sobre sexualidade a esta altura da vida. Ah, ser mãe, às vezes, é mesmo padecer, só que sem paraíso.

Comecemos pelo mais ameno. Vejo, com certo estarrecimento, que a França se divide sobre um projeto de lei que quer multar clientes de prostitutas e com isso volta toda uma discussão sobre prostituição e promiscuidade. O que me chocou na notícia foi, primeiramente, o sutiã (termo jornalístico que se refere a um sobretítulo, em oposição a subtítulo e, aliás, muito próprio à natureza da matéria, rsrsrs): moralismo ou drama sanitário?

Nossa, acho incrível que no século XXI, no ocidente, especificamente no país de De Gaulle e no Brasil, ainda se usem um termo tão preconceituoso como ‘drama sanitário’ ligado ao mercado sexual. Isso continua amedrontando? Como a elites reproduzem arcaicos conceitos e lançam mão de qualquer coisa para fazer valer seus valores parentes da eugenia. Eca!

Dito isto, entremos no meandro da questão. Falar é uma coisa, fazer ...

Em conversa com meu companheiro de trocas de ideias a respeito, e pai, ele me disse que chega à nossa era o que pregavam os hippies, sexo livre, geração paz e amor (mais amor do que paz, cá pra nós) - isso por conta de um programa que eu, por acaso zapeando, vi no Discovery Home and Health. Isso é healthy? foi logo o que pensei ao ver do que se tratava.




Bem, continuemos. Na Grã-Bretanha, os adolescentes contam com um serviço gratuito para tirar dúvidas de cunho sexual ou erótico. Em resumo é isso. E acompanhei algumas dessas dúvidas. Coisas do tipo ‘como posso fazer sexo oral melhor no meu namorado’ ou ‘acho que meu pênis é pequeno e isso me inibe de procurar os rapazes’ ou ‘minha vagina é feia demais e tenho medo de transar por conta dela’, ou ainda ‘meu namorado não me procura como antes. O que posso fazer para excitá-lo’. Na equipe do programa, uma psicóloga, uma ginecologista e ‘técnicas em prazer’, na ausência de nome mais propício. Tudo falado abertamente, sem o menor constrangimento ou moralismo. Apenas, quando uma teen destas disse que fazia sexo em locais públicos, o psicólogo com o qual ela falou retrucou que é preciso se ater às leis. Porém, não sendo ilegal...

Fiquei ali, pasmada, me sentindo completamente ultrapassada e questionando meu papel de mãe de duas adolescentes nesta realidade quase mundial.

Sim, porque o exemplo que vem dos britânicos apenas comprova o que tenho observado em conversas diversas com outras mães tupis-guaranis como eu, em notícias na imprensa e na internet em geral. Muitos adolescentes, especialmente as meninas, estão com uma postura radicalmente diferente sobre o sexo. Enviam fotos suas nuas ou transando, experimentam sexo com o masculino, o feminino, o ambíguo, de tudo um pouco. Há quem chame de sexo flex. Para conhecer, para decidir, para liberar-se?

Não sei bem até onde vale a experiência e quais podem ser as consequências, mas casos de suicídio foram relatados, meninas que tiraram a vida após terem fotos íntimas reveladas no face com comentários pra lá de picantes por ex-namorados e curtidores de ocasião.

Não quero ser retrógrada, machista, preconceituosa, mas tampouco sigo como vaca de presépio modas impulsionadas pelos modernos recursos tecnológicos. Preocupa-me, sobretudo, a sanidade mental de minhas meninas, mas não sei se é isso mesmo ou se, hipocritamente, estou é usando de desculpas para manter a máxima de que a mulher deve se dar ao respeito quando o próprio conceito de respeito é tão fluido e manipulado. Não à promiscuidade, sim ao recato, isso aí me cheira à bandeira da Marcha da família em março de 64.

Quando mocinha, eu desafiava meu pai questionando conceitos sobre virgindade, liberdade. Não queria nesta fase da vida cantar como Cazuza que

“ aquele garoto que ia mudar o mundo frequenta agora as festas do "Grand Monde",

mas ideologia, eu quero uma pra viver, e alguma ajuda também. 



Um comentário:

  1. É Rita,você está mesmo lascada.Como sempre ,na dúvida,o melhor caminho é o do meio. Mas como as situações são tão perigosas para a saúde d(a)os adolescentes,acho que vale a pena uma boa reza,promessa para anjo da guarda e um bom papo com as meninas.E sorte!!!!!!

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