domingo, 2 de julho de 2017

Seguindo as pegadas de Carlos Rosa Moreira



Terminei esta semana “Caminhos invisíveis”. Crônica não é meu gênero preferido, mas ler Carlos Rosa foi realmente um prazer. Leves, naturais, por vezes críticas, nostálgicas ou engraçadas; suas crônicas são, acima de tudo, humanas.

Procurarei meus caminhos invisíveis e eles me levarão a lugares que conheço, mas onde nunca estive.” Pág. 21

Em muita páginas, para meu deleite, encontrei poesia e lirismo, romantismo, aventura, belezas naturais, reconhecimento, indignação, saudade, medo, inocência.

“... lá no alto do campanário, o sino original. Quase pedi que o fizesse bater. Seria como ouvir o tempo.” Pág.  14

O livro desperta, no leitor, uma profusão de sentimentos, alguns inclusive adormecidos, esquecidos ou empedernidos pela lida diária. É um resgate e uma viagem das mais agradáveis, permeada de cultura.

“Era tão bom rolar a bola naquelas tardes, conseguir um drible, fazer um gol, comemorar num salto a socar o vento. Efêmeros sucessos...Jovens, tão jovens tardes de sábado.” Pág. 65

Tive a gostosa sensação de estar numa rede na varanda, em uma tarde outonal, olhos semicerrados, uma voz agradável a me contar histórias suaves e simples, profundas e belas, em uma palavra: verdadeiras.
Era Carlos Rosa quem conversava comigo.

“Assaltam-me a tristeza e a desesperança de cada parte do todo. Tomo meu rumo. Caminho pelas calçadas ao longo de fachadas melancólicas de mau gosto. Quero retornar às luzes, onde beleza é verniz repousante. Onde frágeis escoras sustentam miserabilidades, sejam de bolso, sejam de alma.”  Pág. 80



Nenhum comentário:

Postar um comentário