domingo, 20 de fevereiro de 2011

Um pouco de romantismo, por favor

Incrível o que o futuro nos reserva. Acho que Aldous Huxley está se revirando todo, pois nem mesmo seu Admirável Mundo Novo poderia prever tamanha revolução tecnológica. A última novidade que me deixou de queixo caído foi o Grindr, um aplicativo para eletrônicos portáteis, com GPS, que mostra, em questão de metros, quais são os homossexuais, bissexuais ou simpatizantes que estão no perímetro.

Mais de 750 mil pessoas já usaram o serviço, que agora deve se expandir ainda mais. Ao alcance de um toque no celular, uma trepada com o gênero que você quiser, escolhendo o/a fulaninho(a) pela foto. Meu Deus! A pergunta não é mais ‘Onde vamos parar?’, mas sim se vamos parar.

Espero que não acabem com a graça dos encontros furtivos, com o diálogo olho no olho, com as intimidades paulatinamente conquistadas ao resvalar de dedos e bocas. Fundemos a sociedade dos poetas vivos. Afinal, se a inteligência nos diferencia e a cultura nos humaniza, é preciso cultivar a poesia da vida para deixar vir o amor. Nanotecnologia, um pouco de romantismo, por favor.

3 comentários:

  1. Eu também li esta reportagem. Uma pena que usem a tecnologia para encontros sem a construção de relacionamentos, envolvimentos.
    De acordo plenamente, precisamos de romantismo que nunca sairá de moda.

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  2. Como diria minha querida avó:" É o fim dos tempos...".

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  3. É... tem de tudo para todos os gostos... a tecnologia, que em si seria ótima, é comumente usada para desvirtuar o sentido da vida humana. O mundo virtual, usado para desvirtuar, com "ferramentas" nada virtuosas... A busca afetiva, fermento saudável de tantos livros e filmes, tratada como mercadoria que se pega na gôndola desse "mercado" inglório, empobrecido de sentido e de prazer. Os que "catam" relações num verdadeiro tiroteio sexual, será que não enxergam o quanto isso revela sua absoluta insatisfação amorosa? Esconder-se na quantidade é o bê-a-bá da falta de qualidade. Os gays que usam esse serviço não podem mais ser chamados de "rapazes alegres". Estão mais para "bobo-alegres".

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