quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Resposta do 'meu' dileto escritor

 
'Não é que os anjos conspiram a meu favor?' Rsrsrs. Essa brincadeira eu faço sempre com meu filho, que às vezes acha que minhas ações não têm a mínima chance de dar certo. Mas a gente acreditar e, pelo menos tentar, ajuda, né? Segue abaixo a resposta do maravilhoso escritor à minha cartinha sobre seu livro "A máquina de fazer espanhóis", que está no post anterior. Fiquei felicíssima.
 
Cara Rita

fico muito contente com a sua reacção ao meu livro. creio que será fácil perceber que me foi muito especial escrever sobre este assunto, por meu pai, por mim, por todos nós.
fico muito contente que possa ser lido e recebido assim

este ano não devo ter como voltar ao brasil, mas se aí estivesse em outubro ia gostar de assistir a essa sessão do vosso clube de leitura. espero, de todo o modo, que seja uma tertúlia agradável. deixo para todos um grande abraço

e a você, de modo muito querido.
obrigado
valter

Enviado do meu iPhone

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Carta enviada ao Valter Hugo Mãe


Leitores amigos, a carta abaixo enviei hoje, dia 30 de agosto, pelo e-mail que achei fuçando na internet. Tomara que chegue até ele. Mas de qualquer forma, sinto-me honrada em fazer propaganda desse livro que é simplesmente maravilhoso e apaixonante.



Querido Valter Hugo Mãe,

Desculpe-me o abuso de chamá-lo querido quando sequer me conhece, mas é que eu o sinto assim tão perto agora, após a leitura de “A máquina de fazer espanhóis” que não posso usar termos como prezado ou estimado, parece algo distante e você (mais uma ousadia, permita-me por favor) definitivamente me aproximou dos mais velhos, me aproximou de mim mesma em um futuro médio, me reaproximou dos meus velhos de uma forma gostosa e natural que não julgava possível.

Não sei como você fez para, ainda assim, jovem, passar uma vivência própria da terceira idade, a isto responde a genialidade da sua obra. Não me importa sabê-lo, só quero mesmo poder sentir esse aprendizado de respeito que respiramos nas suas páginas. Também não tive um pai que chegou à terceira fase, mas tenho uma mãe que lá está, tive duas avós que chegaram à quarta e tenho alguns tios em caminho adiantado. Entendo mais da dignidade nessa etapa agora, graças a você. Obrigada.

Tenho uma ideia mais clara do que é o medo, a humilhação, a solidão não escolhida, o aproximar do fim a cada dia e as releituras críticas de um caminho traçado ao longo dos anos, por vezes marcado pela prepotência e arrogância dos áureos tempos. Sei um pouco mais das possibilidades que podemos ainda vislumbrar, a importância da amizade, do riso bobo, das brincadeiras e até do amor. No meio do fim, ainda o começo de algumas alegrias.

Ah se toda a humanidade pudesse ler seu livro e sentir um pouco a dor de perder um grande amor, a dor de ver partir um amigo após o outro, a dor de ter que abdicar de sua autonomia, de ser obrigado a cumprir sentenças proferidas por seu corpo, mesmo quando seu cérebro podia e queria mais. E ainda suportar a ignorância dos filhos que, não sabendo como agir, escolhem formas duras de mostrar que a vontade perdeu seu dono. É frustrante, broxante, triste, amargo, humilhante, como o paralelo que fez com Portugal, mas mesmo assim ainda bonito, digno e feliz, aqui e acolá, como talvez fosse na Espanha. Obrigada novamente, por permitir-me uma compreensão e, a partir dela, a possibilidade de agir de outra forma.

Li seu livro devagar, saboreei as palavras, economizei nas páginas para que se demorasse o fim, numa combinação inimaginada, mas inequívoca: a comparação com a alegoria descrita.

Um abraço muito afetuoso e minha eterna admiração,

Rita Magnago

P.S: Faço parte do Clube de Leitura Icaraí (http://clubedeleituraicarai.blogspot.com/) e seu livro foi o vencedor da votação para o mês de outubro, quando o debateremos, na livraria da Universidade Federal Fluminense, em Niterói.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A nossa parte e a parte do Estado


Chegamos ao cúmulo de ver profissionais da saúde prendendo agulhas, teoricamente infectadas com o vírus do HIV, em seu muro para tentar proteger-se, à sua família e à sua casa, de roubos. Após 8º assalto, morador coloca armadilha usando ratoeira e arma de fogo para matar ladrão em sua próxima investida, o que de fato aconteceu. E o resultado? Nossa polícia investiga e processa esses cidadãos acuados, desesperados e fartos de tanta negligência.

Será que ninguém se questiona sobre os motivos, sobre a falta de segurança, esse direito do cidadão que o estado deveria, mas não promove? Que providências se tomam nesse sentido? Apenas punir aquele que tem uma iniciativa em defesa própria? Assim não se resolve o problema. Precisamos que o Estado desempenhe seu papel ou isso vira de vez uma Casa da Mãe Joana onde é cada um por si.

Em tempo: Apóio o Ato contra a Corrupção programado para o dia 20 de setembro, na Cinelândia. Estarei lá. Esse país tem que mudar e nós devemos fazer a nossa parte.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Que tal ser humano?


Ah, os japoneses, de novo eles! Confesso meu amor por esse povo que demonstra o que é ser humano com tanta simplicidade e pouca propaganda. Se vocês não tiveram a oportunidade de ler a coluna da Martha Medeiros de domingo passado, recomendo vivamente (escaneei para vocês). Ela conta que 200 profissionais aposentados, engenheiros em maioria, se prontificaram a trabalhar nas usinas de Fukushima em lugar dos que foram chamados pelo governo, cientes de que, em um prazo aproximado de 20 anos, contrairão câncer. Fizeram as contas expectativa de vida x morte por câncer e decidiram que não tinha porque deixar os mais jovens perderem anos de sua existência.

A equação é simples, a decisão e o espírito de coletividade que a norteiam não. Fica mais um lindo exemplo desse povo que, apesar de sofrer as piores mazelas naturais, não só não esmorecem nem se vitimizam, como agem rápida, eficiente e organizadamente, além de serem criativos em suas propostas e demonstrar enorme respeito ao próximo. Enquanto isso, aqui:

  • quando passo pela Alameda e vejo a agora terminada obra que durou desde as chuvas de abril passado (posso me enganar no mês, mas seguramente tem mais de um ano)...
  • quando minhas filhas leem diariamente a placa da prefeitura de Maricá anunciando há meses uma obra de reconstrução de uma ponte que não começa nunca...
  • quando vejo no jornal a fúria de Núbia Cozzolino para com a população de Magé, esfolada até não poder mais...
  • quando penso nos prefeitos de Teresópolis e Friburgo e no desvio das verbas públicas para reconstrução das cidades...
  • quando recebo dossiês retratando muito, muito mais que as viagens de Cabral com helicópteros e jatinhos de empresários fornecedores de serviços e produtos...
Enfim, quando me deparo com todos os péssimos exemplos que a administração pública nos dá, sem esquecer dos inúmeros de nós que ratificam a “Lei de Gerson” no dia a dia e não estão nem aí para os demais cidadãos, ah os japoneses, que faltam que me fazem. Saionará.


sábado, 23 de julho de 2011

No futuro, novas maneiras de dizer a mesma coisa



Estou lendo Admirável Mundo Novo e é inevitável não tentar imaginar o futuro. Já em 1932, pouco antes da 2ª guerra mundial, Aldous Huxley inventou o que poderia ser um mundo perfeito, sem dor ou depressão, com consumo liberado de drogas que sequer tinham efeito colateral. Maravilha? Leiam e saberão.

Mas o futuro sempre nos inquieta, não? Nem falo das questões universalistas e de geo-política, mas daquele amanhã que adentra nossa casa e invade nossa vida em pequeninas coisas que acabam tendo grandes desdobramentos. A internet é um exemplo recente. E hoje, deparei-me com isso: “No futuro, as crianças usarão camisetas em que, no lugar de serem estampadas com fotos estáticas, exibirão slideshows com diversas fotos em sequência, ou mesmo vídeos”. A frase é de LaChapelle, canadense cofundador de uma rede social especializada em mobilidade falando sobre o futuro da foto digital.

Chama minha atenção a necessidade do homem comunicar-se com o outro, mesmo que não o conheça, mesmo que, a princípio, não queira falar com ele. A foto, em movimento ou não, o vídeo ou frases são todas formas de dizermos um pouco sobre nós mesmos e assim nos diferenciarmos em meio a uma multidão. Acredito nisso, não gosto daquilo, compro essa ideia. Que bom que, ao que parece, no futuro continuaremos inventando outras formas de transmitir a mesma coisa.

Em tempo: escolhi um vídeo que usaria na minha camiseta futurista, e com direito à música, inclusive.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quebra das alianças na boa



Achei muito interessante os japoneses estarem agora fazendo festa para celebrar o divórcio, com direito a quebra de alianças e tudo. A celebração já existia, mas era pouco usual, sendo que depois do terremoto, seguido de tsunami, tanto aumentaram o número de casamentos quanto de dissolução dos mesmos.

Essa foi a parte mais interessante no meu ponto de vista. Frente uma catástofre daquela magnitude, o povo compreendeu que não vale a pena permanecer casado apenas por conveniência, por comodismo, e também não é bom ficar adiando sonhos de uma vida em comum se tudo parece indicar que ali está a felicidade.

Outro lado muito legal é que nos mostra que as relações podem terminar numa boa. Isso é bacana. Sei que nem sempre é possível, mas seria o ideal. Afinal, se você viveu um bom tempo com alguém é porque alguma vez na vida pelo menos você achou essa pessoa ‘duca’. Decididamente os japas estão anos luz à nossa frente.

domingo, 3 de julho de 2011

No pé que é bom, nada para amedrontrar o adversário, mas na cabeça ...



Ao ver o chato jogo da seleção – detesto 0 x 0, não pude deixar de fazer o que os homens dizem que fazemos: ver tudo, menos o jogo.Gente, não é brinquedo não. Que cabelos são aqueles? O do Neymar piorou 100%, o do Robinho é uma cópia bem-feita, porque é tão malfeita quanto, e o que dizer do Daniel Alves? Meu Deus, Amanda até se assustou. Não bastassem os nomes de zoológico do time – Pato, Ganso, o do cabelo de Pintinho, ainda tem esses negócios esdrúxulos na cabeça e nada no pé. Ai, ai, queria que a Rose voltasse a escrever no “Futebatom” para rir de seus comentários irreverentes.

Outra coisa que reparei é como os assentos para os técnicos estão chiques, não? A poltrona onde sentava o Mano - não o meu irmão, é pena - parecia super confortável, toda acolchoada, branca, nos trinques mesmo. O momento mais emocionante deste empate sem graça foi quando apareceu um cachorro no campo. Vocês viram? Tão perdido quanto os jogadores, tadinho.

Enquanto isso as mulheres fizeram bonito na Copa do Mundo, vencendo a Noruega por 3 x 0. Sei não, será que quem não entende de futebol são mesmo as mulheres?