sábado, 27 de abril de 2013

A alma humana é branca


Essa frase-título sempre interpretei com asco, mas eis que, não tendo compromisso com o erro, pelo menos não com o mesmo, passei a vê-la de forma até simpática. E pensei, num momento de devaneio poético, se não poderia ter advindo daí a expressão que depois foi usada tão vilã e preconceituosamente como mais uma forma de segregação, de apartheid ideológico, tal como ocorreu com Santos Dumont, que não previu o uso bélico dos aviões.

Me explico: diz a definição no Aurélio, segundo informado na coluna de hoje (27/04/2013) de José Castello que “Branco diz-se da impressão produzida no órgão visual pelos raios da luz não decomposta” e interpreta Castello: “o branco fala, portanto, da mistura intensa, dos mundos inseparáveis, da coabitação de contrários que designam,em resumo, a alma humana”.


Em sua coluna, José Castello não trata da questão racial, mas foi logo o que me veio à mente porque essa matéria é ainda tão doída e doidamente presente entre nós. Por coincidência, se é que isso existe, essa semana assisti a um filme em DVD emprestado por uma amiga, “Escritores da liberdade”, tratando de uma escola modelo americana que tinha sido obrigada a abrigar turmas de integração. Ou seja, na mesma classe coexistiam latinos, negros, asiáticos e todas as demais classificações estapafúrdias que os americanos fazem de seu povo. Para a sorte da turma, pegaram uma professora novata cheia de sonhos e ideais que deveriam, verdadeiramente, ter movido o programa educacional, ao invés de interesses políticos e eleitoreiros, mas isso já é outro tema.

A cor da alma, a cor da pele, que importa isso se somos todos humanos?  O branco como multicolor, como inclusivo, como o abraçaço do Caetano, isso sim me interessa.

Para acabar com poesia, curtam a beleza dessa música.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ainda posso me surpreender assim?


Acabo de ler um livro delicioso, desses que deixa aquele gosto bom de ‘puxa, ainda posso me surpreender assim?’ e que vontade de escrever ao escritor agradecendo-o pelo presente. Como ainda não descobri uma forma eficiente de comunicar-me com o além, posto que o italiano Ítalo Calvino infelizmente faleceu em 1985, falo com vocês, prezados leitores, para que não percam a pérola que ele nos deixou.


O livro chama-se Se um viajante numa noite de inverno. Curioso título, não? Quando me falaram, eu pensei tratar-se de , imperativo afirmativo do verbo ser, mas não, era a conjunção condicional mesmo, e sem reticências no final da frase. Mas, lendo o livro, você vai entender - ou não -, mas com certeza vai ter enorme prazer nessa leitura singular.


Não quero dar pistas porque a surpresa faz parte do contexto e estragá-la seria de péssimo tom, mas posso adiantar que é um metalivro, escritos destinados a quem gosta e se deleita com a leitura, com a palavra, com o clima da narrativa.

Termino propondo o início de uma aventura - ou seria abertura? -, contida na página 48:
“A borda das folhas se rompe, revelando o tecido filamentoso; um fiapo sutil – dito “encaracolado” – se destaca, suave como a espuma de uma onda. Abrir uma passagem com o fio da espada na fronteira das páginas sugere segredos encerrados nas palavras: você avança na leitura como quem penetra em uma densa floresta”.


sábado, 23 de março de 2013

Na estrada, com Castello



Preciso homenagear a escrita de José Castello. Sou habitué de sua coluna no “Prosa”, aos sábados, mas a de hoje me deixou veramente emocionada. E isso é o que a boa arte faz, sensibiliza e devolve as gotas de humanidade que vamos perdendo na estrada ‘descastelada’.

Não teria condições de ler tudo que o Castello comenta - às vezes até ele parece que nem gosta muito do que leu, porém sua elegância ao transparecer isso como uma incerteza me seduz mesmo assim. Não importa, me sinto preenchida lendo a ele, por seus olhos que sempre alargam meus horizontes.

Feita a reverência a seu gênio poético, analítico e sedutor, passemos, pois, a coluna intitulada Auster na estrada, que parafraseei no título deste post. Paul Auster me é apresentado como um poeta denso, questionador da palavra, tentando compreender como o que nos ilumina ao mesmo tempo nos deixa na escuridão.

“Quando parares nesta estrada,
a estrada, dali em diante,
desaparecerá”


O sugestivo nome ‘Braile’, título de seu livro, mostra que a escrita nos toca, que é uma forma de expressão mais do que meramente visual. Diz José Castello em seu segundo parágrafo:

“É uma escrita ‘material’, em que o tato (contato direto com a matéria) substituiu a fluidez da visão como via de acesso à mente. Adverte-nos Auster: não importa o caminho, se visão (imagem), ou tato (corpo); quando deixamos de percorrê-lo, ele desaparece. Os poemas (e as realidades que eles descerram) não existem fora de nós, mas dentro. A realidade não é o real – não é a matéria, que sempre nos foge. Mas o modo (estilo) como o acessamos.”

Infelizmente O Globo não disponibilizou, ainda, essa coluna no jornal virtual (do contrário eu colocaria o link aqui), mas recomendo fortemente sua leitura e reflexão. Deixo com vocês mais um poema de Auster e mais uma explicação brilhante de Castello:

“Na impossibilidade das palavras,
na palavra não dita
que asfixia
eu me encontro”

“Dizendo de outra maneira: só me encontro quando silencio. Só quando me entrego à arbitrariedade do corpo e à moral de pedra da matéria, enfim sou. Contudo, ainda não sou humano. É só nesse salto à frente – avanço teimoso sobre a parte da estrada que ainda não consigo ver – que me constituo homem. Não caminhando sobre a realidade, mas caminhamos sobre nós mesmos. Fazer poesia, então, é alargar-se”.



terça-feira, 19 de março de 2013

Flashes do lançamento de Novaes/ em Niterói

Flashes do lançamento de Novaes/ em Niterói
Data: 18/03/2013
Local: Botequim Informal

Esse Clube é danado de bom!

Novaes/com Adelina e Elenir


com Angela

Angela, Rose P. e Kátia


Beth

Beth e Joana

Ceci

Cris

Dília

Dília e Niza

Dília improvisa um discurso em homenagem ao escritor

... e é eleita. Viva!!!

com a poeta Elenir

com Fátima e o escritor Carlos Rosa

os filhotes brincalhões

com a escritora Gracinda Rosa

Daniel, sobrinho de Gracinda, também esteve lá

com a menina toda prosa e poesia, Ilnea

com Joana

com Lilia e Regina, amigas da Anna mãe

com Marlie e Ilnea

euzinha imitando a pose de Dília. Gostei!

com Vera

com Vera e Ceci

quinta-feira, 14 de março de 2013

Flashes do lançamento do livro de Novaes/ no Rio

Data: 11/03/2013
Local: Bar Amarelinho, Cinelândia



Novaes/com Alexandre Farah
com o filho Felipe
com Nadir
  
com a família Ripinica
close de um autógrafo
com Antonio, amigo do CLIc
com Angélica
Odair e a comadre Ana

com as amigas Maria José e Rosely

convidados descontraídos
com Luciene


com Zé Baiano, presidente do SOAC
com Emílio


com D. Anna, a mummy

Anna e sua amiga
    
momento do chopp
com a sogra, Carmen
com Monica
   
família Magnago
com o amigo Ivan Taveira
com Ari
Mundo pequeno. Marli, ao centro