Convidados por Lilian Azevedo, Coordenadora da Rede de Bibliotecas Populares
Municipais de Niterói, os escritores Gracinda Rosa, Carlos Rosa, Cristiana
Seixas, Novaes/ e essa que vos escreve, participamos de um delicioso encontro
literário no dia 18 de julho, no Memorial Roberto Silveira, onde tivemos a
oportunidade de falar um pouco de nossos livros, realizar leituras de trechos e
interagir com a plateia no debate subsequente.
O Memorial é lindo
Todos
nós fazemos parte do Clube de Leitura Icaraí (CLIc) e aproveitamos a ocasião
para divulgar o CLIc e convidar os presentes a conhecer o clube nas reuniões
que acontecem na primeira sexta-feira do mês, de 19 às 21h, na livraria da
EdUFF (Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói).
Livraria da EdUFF, local de encontro do CLIc
Público gostou da informalidade
das leituras Ao
invés de ficarmos atrás da mesa dedicada aos escritores, optamos por sentar à
frente desta, mantendo uma proximidade e uma informalidade maior com os
participantes. O resultado deu muito certo.
Cristiana
e eu intercalamos leituras de algumas poesias de nossos livros, "Mosaico
Vivo" e "Travessia do Verso", respectivamente.
Cristiana e "Mosaico Vivo"
Rita Magnago e "Travessia do Verso"
Em seguida
Gracinda contou sobre seu último lançamento, "Fui professora",
selecionando passagens marcantes envolvendo alunos de alfabetização
Gracinda Rosa e "Fui professora"
e Carlos
Rosa prosseguiu a desgustação literária com a leitura de sua crônica
"Agosto", do livro "O mar, a montanha e a cidade".
Carlos Rosa e "A montanha, o mar, a cidade"
Novaes/
leu o bem humorado conto “Um problema por favor”, de seu livro “Letras
rebeldes, fluidos insensatos”, lançado em março deste ano. Ah sim, ainda
assistimos ao vídeo da representação teatral do conto de Novaes/, “Meu filho
querido”, vencedor do Prêmio UFF de Literatura 2011.
Novaes/ e Letras rebeldes fluidos insensatos
Durante
o coffee break, tivemos a oportunidade de interagir com a plateia, revendo
alguns amigos queridos, como Ângela Ellias, Helene Camile, Sissa Schultz e
Carlos Benites - as amigas Dília Gouvêa e Edith Antão também estiveram presentes,
saindo um pouquinho mais cedo devido a compromissos profissionais.
com Helene Camile
com Angela Elias
Com Sissa, também escritora
Com Edith, Dília e Sissa
Novaes/, Rita, Helene, Lilian e Benites
Voltamos para o debate com o público e o tempo foi
exíguo para tantos assuntos palpitantes. Ficou o convite para uma maior
interação com as bibliotecas públicas niteroienses e novos eventos promovendo a
literatura em espaços tão lindos e ricos como o que estivemos.
Nossos agradecimentos aos colegas do Memorial
Roberto Silveira, das Bibliotecas Populares Municipais e em especial a Lilian
Azevedo e as minhas amadas filhotas, Amanda e Helena, que fotografaram tudinho. Foi uma tarde maravilhosa.
Minha amiga Rose T., há um tempo atrás, fez um texto
hilariante citando o Google, dizendo, entre outras pérolas, que era bem mais útil
que um marido. Eu agora faço coro, exceto a parte do marido, por favor, que
preciso zelar pelo meu, rsrsrs.
Hoje o Google mudou a forma de apresentação da minha caixa
de entrada do gmail, colocando uma aba para principal, outra para social e uma
terceira para promoções, onde entre face, twitter etc. E fica bem mais clean para eu ver os e-mails de
trabalho, sem tanta distração. Oh, obrigada santo Google!
Só que eu não acredito em milagres, sei muito bem que não há
almoço grátis e essa facilidade toda não é para mim nem para você, é para o Tio
Sam espionar melhor, pô, eles estavam perdendo muito tempo separando nosso lixo
eletrônico. Além, é claro, de facilitar para eles venderem nossas informações
de consumidores aos comerciantes interessados em um mailing list estratificado.
Mas, tudo bem, eu sucumbo à comodidade. Porque liberdade,
como dizia Clarice, é pouco. O que eu quero ainda não tem nome.
Amigos, Gracinda Rosa, Carlos Rosa, Cristiana Seixas, Mike Sullivan, novaes/ e eu, todos amigos do Clube de Leitura Icaraí, ficaremos honrados com sua presença no evento do dia 18/07. Além de tudo, o local é muito bonito, um convite ao devaneio. Venha devanear conosco!
Sabe
quando você está cansado das mesmas notícias dos jornais, complemente
desiludido com a política, com a imprensa, com a mesmice da vida que segue
quando ela podia pulsar emocionantemente todos os dias?
Pois é,
acho que é muito por isso que gosto tanto de ler e poder sonhar e viajar por
dentro, por fora, e acho que foi por isso também que eu fiquei um tempão sem
incluir um post novo aqui (ou você pode simplesmente chamar de falta de
inspiração, se não estiver nos seus dias de educação exemplar, rsrsrs)
Mas hoje
não. Além da emoção que “Hotel Global” me transmite em suas páginas quase
finais, fazendo dessa vida uma vida, realçando todos os gostos e cheiros e
sensações – vou parar, não quero falar de livro hoje -, tem enfim uma notícia
interessante que você pode ler na íntegra no link mais abaixo:
Chocolate
moldado a partir de ânus de modelo causa polêmica
O que você
fez? Riu? Fez cara de nojo? Arregalou os olhos de espanto? Vai, confessa. É
criativo, não é mesmo? Se vai ajudar a acabar com o preconceito em torno do ânus,
da relação com o ânus, eu não sei, mas talvez enseje o questionamento.
São
tantos parâmetros que nos mantêm engaiolados. Precisamos pensar sobre isso,
precisamos abrir as portas de cada gaiola, cair em gaiolas maiores e maiores e
maiores até serem tão grandes que nem dá pra ver. Aí estaremos livres, ou
mortos, ou ambas as coisas. Mas a sensação desse caminho é boa e aberta, é um
convite da vida.
Não queria que passasse em
brancas nuvens, para não perder o paradoxo, a comemoração dos 125 anos da
Abolição. Mas o que representa isso afinal? Que os negros não são mais
escravos? De certa forma, talvez, se considerarmos como escravo a definição que
nos apresenta o Houaiss: que ou aquele que, privado da
liberdade, está submetido à vontade de um senhor, a quem pertence como
propriedade.
O olhar histórico, porém, é
impiedoso: verifique quem é maioria na população das ‘comunidades’, nos presídios,
nos empregos com menores salários. Agora busque quem sobressai com mais anos de
estudo, com padrão de vida melhor, com casa própria. Toda semelhança não é mera
coincidência. Então me diga, a escravidão acabou?
Essa frase-título sempre interpretei com asco, mas eis que,
não tendo compromisso com o erro, pelo menos não com o mesmo, passei a vê-la de
forma até simpática. E pensei, num momento de devaneio poético, se não poderia
ter advindo daí a expressão que depois foi usada tão vilã e preconceituosamente
como mais uma forma de segregação, de apartheid ideológico, tal como ocorreu
com Santos Dumont, que não previu o uso bélico dos aviões.
Me explico: diz a definição no Aurélio, segundo informado na
coluna de hoje (27/04/2013) de José Castello que “Branco diz-se da impressão
produzida no órgão visual pelos raios da luz não decomposta” e interpreta
Castello: “o branco fala, portanto, da mistura intensa, dos mundos
inseparáveis, da coabitação de contrários que designam,em resumo, a alma
humana”.
Em sua coluna, José Castello não trata da questão racial, mas foi logo
o que me veio à mente porque essa matéria é ainda tão doída e doidamente
presente entre nós. Por coincidência, se é que isso existe, essa semana assisti
a um filme em DVD emprestado por uma amiga, “Escritores da liberdade”, tratando
de uma escola modelo americana que tinha sido obrigada a abrigar turmas de
integração. Ou seja, na mesma classe coexistiam latinos, negros, asiáticos e
todas as demais classificações estapafúrdias que os americanos fazem de seu
povo. Para a sorte da turma, pegaram uma professora novata cheia de sonhos e
ideais que deveriam, verdadeiramente, ter movido o programa educacional, ao invés
de interesses políticos e eleitoreiros, mas isso já é outro tema.
A cor da alma, a cor da pele, que importa isso se somos
todos humanos? O branco como multicolor,
como inclusivo, como o abraçaço do Caetano, isso sim me interessa.
Para acabar com poesia, curtam a beleza dessa música.