quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A alma feminina não é frágil

Recebo muitas mensagens enaltecendo as mulheres, falando que os homens nem sempre correspondem ao esperado; outras apresentando como se fosse cômica uma vingança feminina a um fora masculino, por exemplo, piadinhas sem graça. Sinceramente, não concordo com o conteúdo desses textos, power points ou seja lá como se apresentam.

Acho que esse tipo de pensamento alimenta a ‘fragilidade’ feminina, vitimiza a mulher. Somos mais que isto. Tudo bem que a mulher costuma ralar mais que o homem, digamos assim, quando tem filhos, casa para cuidar etc. Mas isso não faz de ninguém uma heroína. Faz parte da vida, são papéis que assumimos porque de uma forma ou outra achamos que podemos dar conta. Não esperemos reconhecimento ou gratidão em troca. Se for demais, peça ajuda ao companheiro, aos pais, aos próprios filhos, dependendo da idade e possibilidade de cada um. Ou faça menos, cobre-se menos. Ninguém vai morrer por causa disso.

Às vezes nós mesmas vamos assumindo tarefas demais e depois achamos que não somos reconhecidas por isso. Eu acho que mulher é gente comum, igual ao homem, talvez com mais sensibilidade para algumas coisas, com certeza com mais disposição para multi-tarefas, mas é isso. Não nos endeusemos porque também pisamos na bola, cometemos erros como mulheres, amantes, mães, filhas e amigas. É claro, somos humanas, ora bolas.

Nossa auto-estima precisa estar acima dessa reafirmação que vem nas mensagens que eu chamaria de auto-ajuda, e normalmente às custas de denegrir a imagem masculina. Sofrer faz parte da vida, por amor, por burrice, por cegueira... O importante é conseguirmos aprender e crescer sempre, sem para isso precisar colocar em extremos opostos homens e mulheres. Afinal, como canta Betânia,

http://www.youtube.com/watch?v=eZqQx90tyPE&feature=BF&list=QL&index=1

Eu gosto de ser mulher
Sonhar arder de amor
Desde que sou uma menina
De ser feliz ou sofrer
Com quem eu faça calor
Esse querer me ilumina
E eu não quero amor nada de menos
Dispense os jogos desses mais ou menos
Pra que pequenos vícios
Se o amor são fogos que se acendem
Sem artifícios
Eu já quis ser bailarina
São coisas que não esqueço
E continuo ainda a sê-la
Minha vida me alucina
É como um filme que faço
Mas faço melhor ainda
Do que as estrelas
Então eu digo amor, chegue mais perto
E prove ao certo qual é o meu sabor
Ouça meu peito agora
Venha compor uma trilha sonora para o amor
Eu gosto de ser mulher
Que mostra mais o que sente
O lado quente do ser
Que canta mais docemente

5 comentários:

  1. Isso mesmo mamãe, gostei de ver, mas, fala aí, vc já quis ser bailarina???

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  2. Éééééé.... já quis ser bailarina, ou não???
    Concordo com o post, menos quando insiste em passar a ideia de que os homens trabalham menos (disposição para multi-tarefas seria um predicado feminino? que sexismo é esse???).
    E outra: nem sempre "disposição" para tarefas é uma coisa boa. Aprendemos, naquela visão preconceituosa e antiga da História do Brasil, que os índios não serviram para serem escravizados por, pretensamente, serem indolentes, preguiçosos. Ou seja, não tinham nenhuma disposição para serem escravizados pelos brancos! Ainda bem, né?!? Desde quando é mérito se comportar produtivamente no trabalho escravo??? Os índios estavam mais que certos! Nasceram livres em terras brasilis, por que diabos se conformariam em levar chicotadas de português? Então eu digo agora: é bom aceitar multi-tarefas? ter mais disposição para elas?
    Os homens também fazem multi-tarefas, mas não as mesmas da mulher. Mas isso, repito, não sei se é um mérito...

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  3. Eu penso que essa coisa de multitarefa é um comportamento da atualidade tanto para mulheres como para homens, jovens, maduros, crianças.
    O que eu acho que a gente precisa ficar atento é distribuir o nosso tempo com tudo, trabalho, amor, família, diversão. Nem sempre a gente consegue uma divisão ideal, o trabalho sempre acaba tomando a maior parte do nosso tempo, mas na medida do possível estou tentando dividir. E essa coisa de ser muitas me agrada muito.

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  4. Respondendo: nunca quis ser bailarina, mas acho mto bacana

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