Essa semana saiu uma notícia de capa de jornal, não me lembro mais o dia, tímida, pequenina, quase no pé da página, como se se envergonhasse de si mesma. Os fatos em si são ultrajantes e tão absurdos que me fiz novamente a pergunta: Que país é esse?
Que país é esse onde se gasta com o sistema carcerário, absolutamente ineficiente, incapaz de devolver gente com um mínimo de sanidade à sociedade, até mais de nove vezes do que se gasta em educação?
Alguns dados de gasto anual:
Com aluno do ensino médio | Com aluno do ensino superior | Com preso de prisão estadual | Com preso de prisão federal |
R$ 2.300,00 | R$ 15.000,00 | R$ 21.000,00 | R$ 40.000,00 |
O mínimo do mínimo que se esperaria de um preso é que trabalhasse para cobrir o próprio sustento. Aqui, ao invés, eles ainda têm bolsa marginalidade (R$ 862,60), politicamente chamada de auxílio-reclusão e que é maior do que o salário mínimo e do que restitui o INSS à imensa maioria de aposentados que ralaram anos e anos a fio.
Nós, que pagamos os impostos que sustentam essa política pró-assassina, que sabemos que, se há esperança está na educação, não podemos ficar calados frente a uma notícia bombástica dessas. Acho que o primeiro passo é divulgar esse descalabro aos 4 ventos. Por muito menos se fazem passeatas: do Orgulho Gay, da Liberação da Maconha, da Marcha das Vadias e por aí vai.
Eu quero é um movimento que salve a educação, que valorize os profissionais que a cada dia escasseiam frente aos péssimos salários e condições de trabalho, que devolva seriedade às escolas públicas, onde estudei minha vida inteira, mas onde não tive coragem de matricular meus filhos.
Quem sabe se não invertêssemos os investimentos - R$ 40 mil anuais por estudante e R$ 2.300 por preso - não conseguiríamos inverter as prioridades e a lógica atuais e termos, finalmente, cada vez mais crianças educadas, ao invés de miseráveis a um passo do crime.
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