Sonhei que morava em um país onde não havia corrupção e a verba, mesmo a que não se julgava suficiente ou ideal para uma determinada aplicação, era utilizada naquele propósito. Esse país não precisava ostentar luxo ou riqueza em seus tribunais de (in)justiça. Os prédios eram simples, mas honestos e funcionais, como o povo. As leis eram poucas e curtas, mas cumpridas. Quando se importava um bem caro, como por exemplo um trem moderno, ele não vinha equipado com painéis de LED, TVs de plasma ou câmeras de monitoramento interno, mas era limpo, confortável, seguia os horários à risca e não superlotava. A população podia, efetivamente, ir de um ponto ao outro sem contratempos, o que era seu objetivo principal.
Nesse sonho, a ética das licitações era simplesmente entregar uma proposta enxuta para atender aos serviços solicitados, sem 10, ou 15 ou 20% para compradores, mediadores, facilitadores ou outras dores quaisquer que sofremos todos quando não há ética.
Infelizmente, quando eu acordei continuava no Brasil. Desanimada, cansada, desesperançada de ver que as coisas não mudam e que denúncias de absurdos caem fácil no esquecimento das gentes, no abandono dos governantes e na perdição do povo, cuja maioria, se pudesse, faria igual a todos esses inescrupulosos. Nem posso reclamar ao papa, porque não sou católica, então desabafo meu choro de saudade de um país que nunca conheci, mas com o qual sempre sonhei. Quem vai sonhar comigo? Quem vai realizar comigo?
Esse ano temos eleições.
Tim Maia já nos alertava.
Não nos esqueçamos.
O povo tem o governo que merece.
Muito bem! Bravo!
ResponderExcluirAplausos de pé para sua reflexão. A delicadeza com que você usa as palavras também é tocante. Adorei a tua colocação das dores. Parabéns.
ResponderExcluirRita, são fases, não é? Olho para trás e vejo que já foi muito pior. Pessoas que sonham e que lutam ainda podem fazer muito,
ResponderExcluiracredito. Parabéns por sonhar e se manifestar!
Abraços e acredite de olhos bem abertos!rsrsr Não faça como Luis Bernardorssrrs
Muito bom o texto, Rita. E não é sonho não, é a realidade que deveria ser. É o que tem de ser. Não sei se já fomos melhores ou piores, mas sei que caimos num "modus operandi" de canalhas e bandidos e que está difícil sair disso. Tenho profundas dúvidas se sairemos. Tenho profundas dúvidas se esse oba-oba que vivemos hoje perdurará a médio ou a longo prazo. Há dentes e garras de fora para agarrar as riquezas deste país; e há dentes e garras daqui de dentro querendo lucrar em entregá-las, pode ter certeza disso. Tenho esperanças, mas não a consciência crítica tem de estar sempre ativada. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirCarlos Rosa.
Queridos Newton, Rose, Elô e Carlos, muito grata pelas belas palavras. Eu tento acreditar, Elô, mas é cada vez mais difícil. Concordo com Carlos, são tantos interesses e garras. E pensar que na Suiça (ou Suécia, talvez, eu sempre confundo) até os ministros andam de transporte coletivo, porque é excelente, e não há cobradores nem fiscais, mas todos pagam a passagem. Isso é respeito, é educação, é cidadania. Será que um dia poderemos ter isso aqui?
ResponderExcluirAjuda para não confundir mais e lembrar para sempre: Suíça é aquele país considerado pela Receita Federal como paraíso fiscal, pois tem um regime de tributação diferenciado e é para lá que "cidadãos" do mundo inteiro mandam seus dinheirinhos para fugir dos impostos do planeta.
ResponderExcluirJà a Suécia, é um país civilizado.
P.S.: Eu entendo que você saiba diferenciar a Suíça da Suécia, mas não pude perder a oportunidade de fazer um comentário ácido.
ResponderExcluirAcho que ouvi o meu próprio grito de socorro em tua bela crônica.
ResponderExcluirPor favor não desista! Eu ainda sonho por acreditar nos teus sonhos.
Hélio Penna.