sexta-feira, 6 de julho de 2012

(In)surjamo-nos



Pouco mais de um ano após a catástrofe em Fukushima, sai o relatório dos especialistas. Não foi só a mãe natureza a causadora de tamanha desgraça, dizem eles, mas seus filhos. Ao que parece, um conluio para abafar a sempre relegada segurança e manter bem vivo o interesse econômico ganhou o primeiro tempo. O que mais me chamou a atenção, no entanto, foi a fala do presidente da comissão investigativa:

“A cultura japonesa – com traços de obediência e relutância em questionar autoridades – teve papel fundamental.”

Uau! Não é pouca coisa. E onde se ensina a questionar, a duvidar, a sentir-se no direito de interpelar, inclusive os poderosos? E onde se aprende a valorizar opiniões contrárias, respeitar o homem comum que é a base de qualquer sociedade?

É hora de nos questionarmos todos, sempre e sobretudo sobre tudo. Repensemos os conceitos, os pr(é)conceitos. Não há vespeiro onde não se possa mexer com os instrumentos adequados. Bons livros ajudam muito a abrir a mente para além da linha do horizonte e uma cabeça mudada é um mundo diferente que se descortina. Daí surge nosso melhor, quiçá insurgir-nos-emos! 

Um comentário:

  1. Cada vez mais eu reputo a questão cultural como principal entre as que devem ser trabalhadas para que qualquer sociedade mude e progrida. Não estou falando apenas de escolas, livros, filmes, cultura. Estou falando da percepção, das concepções, dos conceitos vigentes na sociedade, enfim, dos valores. Os valores são tudo. Sem isso, o restante é só reação momentânea, seja contra ou a favor de qualquer assunto ou governo. E quem trabalha os valores, discute eles, é a cultura.

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