sábado, 27 de dezembro de 2014

Um poema de presente às Cataratas de Foz do Iguaçu



Olho as águas caindo sem parar
Num moto-contínuo
de força, energia, vibração, poder.
Quedas sem fim me fascinam.
Estonteante, de tão belo.

Um imenso entorno- floresta
verde-água, verde-bandeira, verde-vida
num límpido céu de azul-contraste.

Chuviscos de energia me atingem.
Respiro o molhado 
que sobe das pedras
e esfumaça o ar.
Olhos fechados,
braços abertos
ouvidos atentos
à grande concha sem mar.

Fico ali, absorvendo.
Me absolvendo?

Imagem-memória
quero  tecer metáforas 
para os abismos do eu:
é depois que caímos que podemos
reerguer o ser humano à sua altura?

Água-mãe
que deixa teus filhos beberem da fonte
da pedra que canta
(como encantou aos índios e a Santos Dumont)
Deságue, foz de tudo
te conserve Iguaçu*.


* Iguaçu significa a pedra que canta, na língua Guarani

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