Coisas que afetam nossa vida cotidiana, sentimentos, sensações, pensamentos, filosofia, partilhar tudo isso
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Todo jornalismo mostra um lado da moeda. Você também vê o outro?
Na edição do último domingo, O Globo publicou em sua página 35, caderno Economia, uma matéria sobre Arianna Huffington, uma mulher que, segundo eles, reinventou o jornalismo on-line. Como coleguinha, me interessou a chamada e fui ler. Gostei.
Em síntese, o que Arianna prega é o jornalismo partidário, de opinião, onde o profissional, repórter, colunista, o que seja, mostra suas crenças e defende suas opiniões sobre os temas badalados na grande mídia.
Bom, na verdade é isso que acontece sempre, só que vem mascarado de uma capa de verdade, imparcialidade, honestidade e outras virtudes que inexistem nesse meio – se alguém souber onde existem, me contem, porque até hoje estou procurando (rsrsrs).
No meu tempo de faculdade (shiii, faz tempo), logo na primeira aula com a Ana Arruda, ela mandou escrever dois textos sobre o aborto, um contra e outro a favor (se o tema não era esse, era algo tão polêmico quanto, saudades da minha ex-boa memória). Ela disse: - É assim que vai ser nas redações, vão te dizer se a matéria é pra ser contra ou favor algo ou alguém e quem não souber fazer, vai dançar. E é isso mesmo. A mídia defende ou ataca quem ou o que melhor convier no momento, e disfarça isso, ou tenta, obtendo sucesso nas grandes massas.
Então, ver alguém que de público se submete ao público, com menos interesse,menos partidarismo, tem sua beleza. Acho que aqui no Brasil iniciativas parecidas também florescem - a internet possibilita isso, talvez com um sucesso menos retumbante, mas não importa, as pessoas estão se colocando mais abertamente. Talvez porque o disfarce tenha sido descoberto, talvez porque tem uma hora que cansa, sei lá. Ainda sinto forte o mau cheiro da hipocrisia, mas acho que está melhorando. Nossa participação, como leitores interativos, estimulados pelos e-mails, tweeter, facebook, orkut e blogs tem um papel nisso. Somos parte deste todo, vamos participar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nossa Rita, tudo que você falou daria para fazer uma monografia. Adoro este blog que sempre levanta temas muito interessantes, vamos ver se eu não vou ser prolixa e divagar e não dizer nada, principalmente após umas taças de vinho.
ResponderExcluirEu li este artigo que você menciona. Aliás, eu adoro o jornalismo das Organizações Globo, aquele que todos dizem ser tendencioso, gosto muito, e meu pai a essa altura deve estar se revolvendo no caixão porque ele fazia uma crítica severa ao jornalismo da Globo. (meu pai era jornalista).
Procuro, na medida do possível, ler outras fontes, agora estou penalizada com a situação do Jornal do Brasil e apesar do jornal estar desinteressante tenho comprado porque sei que todos estão com salários atrasados e sei o que é isso para um pai de família, pois meu pai estava sempre nos jornais que estavam fechando, Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, e sempre com salário atrasado, foi difícil.
Vamos ao tema, vou tentar organizar o pensamento.
Eu penso que não é somente o jornalista que tem que se manter imparcial, tomemos por exemplo o advogado que tem que defender pessoas inescrupulosas, e isso é muito fácil de encontrar, na política, na sociedade tem sempre alguém que precisa de uma defesa e o advogado tem que encontrar argumentos.
Meu pai era o escritor da família e eu cresci vendo ele escrever cartas para outras pessoas como se fossem elas, tipo o filme Central do Brasil. Via ele argumentar com o familiar que encomendava a escrita e no final ele escrevia de forma a satisfazer quem estava pedindo a carta.
Então eu penso que para o jornalista tem que ser tarefa fácil ser imparcial. Sempre haverá argumentos justificáveis até para as mais terríveis atrocidades, como exemplo, a guerra gera desenvolvimento econômico, tem coisa pior que isso?
O jornalista, no seu ofício, não pode fazer marketing de nada, do shampoo que usa, da comida que come, da calça que veste, tem que viver da função de informar as pessoas de acordo com o que tem de cultura, permitindo que seu leitor possa tirar suas próprias conclusões. Ele será somente a voz, nunca o pensamento.
Eu penso que isso não é tão difícil assim, o médico tem que atender o bandido, o psicólogo tem que atender o perverso e assim vai.
O problema é que as 4 famílias que dominam a comunicação no país (Marinho, Civita, Frias e Mesquita) induzem seus leitores e telespectadores a absorverem certas opiniões como se suas fossem. Para fazer isso, escondem que têm opinião, posam de sérios e imparciais, e "embutem" suas opinões em matérias cujo texto é manipulado de modo a vender certos peixes (em geral, podres, rsrs...). Esses "órgãos de comunicação" que têm posição política mas não a assumem abertamente até ganharam um verbete na Wikipédia: PIG - Partido da Imprensa Golpista. A blogosfera política não fala de outra coisa. Conheçam blogs como Conversa Afiada, Cloaca News, Blog da Cidadania, Rodrigo Viana, Vi o Mundo... Valem como fonte alternativa de interpretação das notícias.
ResponderExcluir... E, convenhamos, é um absurdo esse monopólio na comunicação. Um número de pessoas que pode ser contado nos dedos da mão do Lula (4) determina o que 180 milhões de brasileiros vão assistir e ler. Por isso a internet é o início da democratização da informação no país.
ResponderExcluir