sexta-feira, 1 de abril de 2011

Perdeu sua melhor oportunidade de calar a boca Bolsonaro


Eu não queria falar do Bolsonaro. Coisas mais alegres fazem melhor à alma, mas não tem como. É ultrajante demais para não mencionar. E, além disso, precisamos eliminar qualquer risco de que um tipo deste seja reeleito para qualquer coisa.

Achei que já tinha tido minha cota de decepção com a humanidade, mas que nada. Há sempre mais nesse saco sem fundo. É tão triste o preconceito, de qualquer coisa. Pré-julgar, inferir, concluir sem base, sem fundamento, puro despejar de outros complexos próprios e síndrome de se sentir melhor que o outro. É de uma ignorância sem par.

Acho que um cara como esse, se não estiver na jaula deveria estar no manicômio, mas entre nós, ofendendo e espalhando seu fel é que não pode. E ainda mais na política. Além da justiça, Jair, nossa reposta virá onde mais te dói, no bolso, sem votos.

(Se estiver com pressa para ver o vídeo todo, vá direto aos 3.38´´)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Uma ida que não foi ao Maraca


Desde que Romário saiu do Flamengo eu não ia ao Maraca. Bem, graças às reformas, continuei não indo, mas conheci seu primo pobre, nem tão pobre assim, no último Fla x Flu, o Engenhão, mais conhecido como “Enche não”. Fui mesmo porque era o niver do meu filho, flamenguista apaixonado, mas estava animada porque ia ver o Ronaldinho Gaúcho (como não curto muito futebol, na ausência das magníficas e eternizadas pernas do Leão, gosto é de ver os craques, que são, que já foram e que têm potencial para ser). Também me animou levar as meninas, que foram a um estádio pela primeira vez, e a animação ficou ainda maior porque crianças e idosas são gratuidade. Que beleza!


Mamãe também foi conosco. E se vocês acharam que eu não ia assistir um jogo há muito tempo, o que dirão da mamãe? Enquanto ouvíamos musiquinhas provocativas da torcida do Fla contra a do Flu, bem mais comportada, eu perguntei: - Mãe, quando foi a última vez que você foi ao Maraca? – Ih minha filha, ainda era solteira. - Caraca, larguei surpresa.

O estádio não encheu, é verdade, mas ficou bem agradável. A passional torcida flamenguista, para falar o mínimo, dava os ares da festa. Imensos sacos plásticos infláveis com a logo do time da Gávea e a propaganda da Bhrama foram disputados pelas mãos ávidas pelos torcedores, inclusive nós, porque na chuva, meu amigo, a gente tem que se molhar.

O jogo é que foi chato, sem jogadas brilhantes, sem gol, sem expulsão, nada de emocionante aconteceu. Tudo muito organizado, relativamente limpo, sem incidentes. Eu fiquei bem impressionada. Verdade que sair do estacionamento foi um pé no saco, mas, também, quem mandou ir de carro cara pálida? Da próxima, já sei.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Encontro com Martha Medeiros

Sexta à noite tive um encontro com a Martha Medeiros, resultado de uma promoção do Globo que premiou os melhores textos sobre o dia internacional da mulher. Foi muito bom. A gente tende a formar uma imagem das pessoas famosas que dificilmente coincide com a realidade, e por vezes nos frustra, não é mesmo? Aqui foi o contrário, eu já tinha uma boa imagem dela, mas a realidade superou minhas expectativas.

Uma mulher simples, sincera, agradável, simpática, inteligente, sagaz, divertida. Poderia continuar a adjetivá-la, mas acho que já deu pra vocês terem uma ideia. Conversou com a gente como se estivéssemos no barzinho da esquina, dando seus pontos de vista e sua opinião sobre vários temas do universo feminino, tudo com muito humor, mostrando sua personalidade sem estrelismos.

No final fomos agraciados com seu último livro, ‘Fora de mim’, que eu já tinha comprado. Então, meus queridos, a primeira leitora desse blog que tiver interesse no meu livro que está sobrando, é só falar que eu presenteio, ok? Ah, e o poema que circula pela internet ‘Morre lentamente’ (Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo...) é dela, não é do Neruda não. Beijos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Japão somos nós, hoje ou amanhã

Estou muito, muito triste com a situação no Japão. Mais uma vez o homem é forçado a ver que toda a alta tecnologia apontada como alavanca do desenvolvimento, como progresso e tudo o mais não é nada comparado à força da natureza. É uma lição de humildade que precisa acordar os governos no mundo para que novas tragédias não se repitam.
 
Vejo a Angela Merkel afirmando que vai fechar todas as usinas nucleares da Alemanha anteriores a 1980, nem que seja por decreto, e acho muito oportuna sua fala. Mesmo que seja eleitoreira, como diz a oposição, não importa, é em prol da segurança. Governos da China, México, Alemanha, Grã-Bretanha, Austrália e outros recomendam que seus cidadãos deixem o Japão.
 
O Brasil, no entanto, diz que aguarda que a instrução venha do governo japonês. Ora, se a Dilma estivesse lá eu queria ver ela aguardar alguma coisa. Eles nem sabem ao certo a dimensão dessa catástrofe sem precedentes. Se Tókio, a 270 km do local de vazamento radioativo, já está afetado, por conta da direção dos ventos, é tudo imprevisível. A natureza não pede licença nem permissão. E nos mostra a cada dia que precisamos respeitá-la para sobreviver. O que acontece no Japão hoje pode acontecer de forma similar ou não em qualquer outra parte do mundo. O Japão somos nós, hoje ou amanhã.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Mulheres, parabéns!

Já houve época em que eu achava que era melhor que o Dia Internacional da Mulher não tivesse existido. Afinal, não existe o Dia do Homem e eles não sofrem preconceitos como nós, mas hoje penso diferente. Embora a raíz da data se refira a uma trágica greve norte-americana, nos idos de 1857, em um contexto mais trabalhista do que social, acho que ter um dia desses ajuda a gente a refletir sobre as mudanças pelas quais estamos passando, a enxergar os pontos mais críticos que ainda puxam nosso tapete e a traçar nosso rumo para um futuro de igualdade de oportunidades e direitos.

No nosso cotidiano, da infância até hoje, pense quanta coisa mudou. Veja como seus pais e familiares te tratavam, o que você podia ou não fazer, dizer, expressar, e como está isso agora. Se você tem filhos, compare com a realidade deles. Houve muitos avanços no Brasil, não é mesmo? Não está show de bola, mas melhorou bem para a mulher. Em outros países, porém, notadamente os do Oriente Médio, não se pode dizer o mesmo. A luta lá ainda está engatinhando, mas vai prosseguir e sair vitoriosa. Torço para isso.

Aqui, embora tenha crescido pra caramba a proporção de mulheres que estuda até a faculdade, que trabalha fora, que não tem vergonha de se divorciar se for preciso, de se manter solteira, se preferir, de ter filhos sem casar, enfim, de ser dona do seu nariz, há ainda um longo caminho a percorrer. Um caminho que também depende de nós para prosseguir mantendo a beleza, a sedução, a ternura e o sexto sentido tão próprios ao nosso gênero. Um viva a nós!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Um pouco de romantismo, por favor

Incrível o que o futuro nos reserva. Acho que Aldous Huxley está se revirando todo, pois nem mesmo seu Admirável Mundo Novo poderia prever tamanha revolução tecnológica. A última novidade que me deixou de queixo caído foi o Grindr, um aplicativo para eletrônicos portáteis, com GPS, que mostra, em questão de metros, quais são os homossexuais, bissexuais ou simpatizantes que estão no perímetro.

Mais de 750 mil pessoas já usaram o serviço, que agora deve se expandir ainda mais. Ao alcance de um toque no celular, uma trepada com o gênero que você quiser, escolhendo o/a fulaninho(a) pela foto. Meu Deus! A pergunta não é mais ‘Onde vamos parar?’, mas sim se vamos parar.

Espero que não acabem com a graça dos encontros furtivos, com o diálogo olho no olho, com as intimidades paulatinamente conquistadas ao resvalar de dedos e bocas. Fundemos a sociedade dos poetas vivos. Afinal, se a inteligência nos diferencia e a cultura nos humaniza, é preciso cultivar a poesia da vida para deixar vir o amor. Nanotecnologia, um pouco de romantismo, por favor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A verdadeira viagem

Uma crônica da Martha Medeiros na qual ela acha hilariante um livro que conta uma viagem à Índia me incentivou a comprar “Eu, minha (quase) namorada e o guru dela”. Os primeiros capítulos são realmente muito engraçados, mas depois a narrativa vai ficando estranha. De qualquer forma me fez refletir sobre o significado de uma viagem dessas.

No livro, o protagonista, estudante inglês classe média que está em ano sabático, acha que precisa provar que é capaz de viver 3 meses na Índia. Ele considera uma vergonha voltar antes disso, uma prova de fracasso, humilhação. A ‘quase’ namorada que o convence a ir é ainda pior. A hipocrisia é o ar que ela respira, mas ela não se dá conta. Vai aderindo de forma absolutamente artificial aos costumes e à cultura, e quando volta a Londres, parece que tudo não passou de um sonho, ou um pesadelo.

Acho que antes de ir à Índia, deveríamos fazer uma viagem ao nosso interior. E buscar um auto-conhecimento que transcende à quantia de dinheiro ou bens que tem uma pessoa, que transcende a seu status, seu grau de instrução, sua cor de pele, seu gênero, suas crenças. No mais, toda viagem enriquece, os olhos, a mente, a alma. Depende do que já sabemos sobre nós e do quanto ainda temos a aprender. A Índia, o Haiti e tantos lugares mais são aqui.