sábado, 20 de outubro de 2012

Olha eu no "O Globo"



Compartilho com vocês uma reportagem publicada no Globo Niterói de hoje, 20 de outubro, aliás Dia do Poeta. São quatro autores de Niterói e região, eu um deles, que falam de sua relação com a literatura.
Quanto às informações que dizem respeito a mim, faço as seguintes retificações: meu sobrenome é Magnago (e não Magnano), fiz jornalismo na UFRJ (e não na UFF) e o nome do meu blog é Alma Levada (e não Alma Lavada), rsrsrs. Ah, a imprensa...

Caso não dê para ler a matéria no recorte acima, segue o texto:


Raquel de Medeiros, Cyana Leahy, Paulo Henrique Brazão e Rita Magnano têm uma paixão em comum: a palavra. Desde a infância, a leitura fazia parte do cotidiano. Logo, veio a escrita.
No caso do jornalista Paulo Brazão, a arte de escrever foi descoberta aos 7 anos. Quando estudava no Instituto Abel, em Icaraí, recebeu seus primeiros prêmios, em concursos internos. Na adolescência, rascunhou algumas histórias fantasiosas e, aos 16, percebeu que sua habilidade era de escrever contos. Dos 18 aos 20, produziu bastante. O resultado pode ser conferido na primeira coletânea do autor, “Desilusões, devaneios e outras sentimentalidades”, da Editora Faces, que será lançado hoje, às 17h, na livraria Gutemberg, em Icaraí.

— O livro toca em temas como traição, decepções, suicídio e assassinatos, mas também apresenta situações inusitadas, quase absurdas, que chegam a ser cômicas, pincelando um pouco de romance e até erotismo em alguns contos. Uma tônica presente em quase todas as histórias é o sarcasmo — explica Brazão.

O amor em diferentes tons
Assim como Brazão, Raquel Medeiros é estreante no meio. Recentemente, publicou sua primeira obra, “Contos da chaleira”. O livro reúne 26 contos, nos quais o amor perpassa as tramas em diferentes tons.
— O amor pela literatura, por exemplo, é tema do conto de abertura, “A menina que roubava livros de Lygia Fagundes Telles”. A paixão pelos livros e pela escrita é abordada ainda como fonte de transformação pessoal e ponte entre as pessoas nos contos “História de desconcerto” e “Histórias da chaleira”. Os encontros e desencontros dos amantes e as relações de amor em família e entre amigos são outros temas desenvolvidos nas histórias — conta.
Raquel reconhece que sempre foi muito observadora. Depois que começou a escrever, entretanto, o mundo se mostrou ainda mais interessante, porque tudo, segundo ela, pode virar inspiração para uma boa história.

Quando a poesia é o primeiro passo
Rita Magnano inciou a relação com a escrita quando começou a rabiscar algumas poesias. Ela deixou o fazer literário de lado por algum tempo e foi redescobri-lo durante o curso de Jornalismo na UFF. No início de 2010, surgiu, então, a vontade de mostrar alguns escritos e decidiu publicá-los no blog “Alma lavada”. No mês passado, lançou “Travessia do verso”, um livro dividido em cinco momentos.
— Começa centrado na nossa busca de autoconhecimento, passa por algumas reflexões sobre a vida, a arte, o amor e os sonhos, e termina refazendo essa travessia de crescimento, trilhando o caminho da criança ao adulto que existe em nós, num movimento que é cíclico, ora um ora outro sobressai, dependendo do nosso momento — explica Rita.
A niteroiense Cyana, que também começou pela poesia, hoje já soma, em sua trajetória de escritora, seis livros do gênero literário, cinco de contos e seis de pesquisas acadêmicas. Para ela, o ato de escrever representa quase tudo.
— Como toda forma de arte, alimenta os sentidos, as emoções, o pensamento. Quando falta inspiração, fico meio perdida — relata Cyana, que agora se dedica à finalização de três obras: “Perplexidades e similitudes”, “Mulheres invisíveis” e “O que é a educação literária”.



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feliz Dia das Crianças!


A infância passa que nem percebemos. 
Depois percebemos que ela não passa nunca. 
Carregamos sua memória
- nossa -
para o sempre dos nossos dias 
e com ela forjamos 
boa parte do que somos e seremos. 
Então, que deixemos a criança aflorar 
sem olhares de veto, 
conservemos meninos e meninas 
o nosso coração que ri e chora
mas que aprendeu e pode ensinar
a amar.




Na feira de bebês, pasmem
não se vendem bebês.
Que alívio sentiu minha menina
amedrontada por seus pares mais miúdos

Se mamãe tem que pagar
as férias da empregada,
é absurdo, porque ela pode...
escolher ir para Paris

A gente brinca, a gente ri,
mas quem conhece
o mundo desses pequenos?

E se desconhecemos
conceitos de perceber,
como saber a força
do que representam?

Gente pequena, também já fui,
não me lembro porque chorei,
mas as lágrimas, as verto ainda
procurando o que não sei

De mim ficaram enganos
da humanidade ferida
em mim ficarão desenganos
para o resto da vida.

domingo, 7 de outubro de 2012

Brasileira, sim senhor

Mais uma noite especial para minhas recordações. Ontem, 6 de outubro, fui agraciada com o 1º lugar no Concurso de Poesias promovido pela Glia (Niterói), onde tradicionalmente acontecem os cafés-concertos produzidos por Dília. O maridão recebeu Menção Honrosa e a coleguinha Maria Luiza, de cujas poesias sou fã, foi premiada com o 3º lugar.

Dília, a incentivadora mor dos poetas,
fez a honra de entregar-me os prêmios
Kátia, a cantora, entregou a Menção Honrosa a novaes/
Maria Luiza recebeu seu prêmio das mãos de Edith,
que carinhosa e lindamente os confeccionou
Os jurados: Cecchetti, Carlos e Gracinda

 A poesia premiada chama-se Brasileira, e segue abaixo:

Em mim cabe um país inteiro
de estrangeiros
que falam tantas línguas
e outros mil dialetos.

Entendo bem pouca coisa,
mas vai pela mímica
de adivinhar o sabor da vida
 - que só acontece de fato
quando se deixa entrar
o ar frio de noite
e depois o doce quente do sol -
no tempero desses aromas
de quente e frio
se desfaz o meu vazio
e forjo meu coração.

Cada batida um sino
avisando quem chegou e
quem partiu.

Há sempre visita na casa
às vezes mal educada
outras tantas, assombrada
mas eu deixo a porta aberta
para que me saiam os forasteiros
de fora de mim.

Na soleira, pertinho assim
é que me adentro,
brasileira enfim


Flagrantes do Café-concerto, para nosso deleite

Dília, Cris, em momento de
dramatização, e Amarildo
Elenir abriu o café-concerto com o poema  Motivo
 
  

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Travessia compartilhada


Mr. novaes/ e minha gatinha Amanda
Cartaz do lado de fora do Teatro

Meu filho Felipe, the bookseller

Que felicidade ter amigos para partilhar essa travessia em prosa e verso. Que alegria ter amigos e familiares reunidos celebrando uma noite especial, mesmo debaixo de chuva. Em meu coração, as imagens cristalizadas dos afetuosos abraços recebidos se eternizam em batidas ritmadas de dar e receber. Assim fazemos nossas vidas melhores e mais belas. Obrigada, meus queridos. Espero que curtam as fotos.

Elenir, linda de azul
Les chèrs concierges
Gracinda, minha rosa  
Angela Ellias, adorei você ter ido
Angela Stieger, toda linda
Antonio, grande amigo 
Fátima, amiga, entusiasta e torcedora
Luzia, querida amiga que foi mesmo
 de pé quebrado
  
Marlie, tão meiga
Niza, gatíssima
Norma, mentora do Clic
Cris, amiga, poeta e aniversariante

Meu querido tio Emílio
A amiga Vera e o marido

Os queridos Joana e Cícero

Neide, hiper atenciosa e carinhosa 

Fred, que meigo
Dília, querida, obrigadíssima
Cris e Dília em performance magistral
O escritor e amigo Carlos Rosa


novaes/, em breve serei eu a segurar seu livro

   
Esse Clic é muito lindo
Amo muito tudo isso
As queridas Creusa, Ana - minha comadre, tia Lena (em pé) e mummy
Minha prima querida Luciene
Minha comadre Ana
Minhas amigas da hidro, Célia
Neide
Creusa
e Dalva, todas lindas e maravilhosas

sábado, 1 de setembro de 2012

Ao vento, palavras libertas




Publicar um livro é literalmente um sonho
é a possibilidade de partilhar o seu eu,
de dividir-se multiplicando-se
em cada leitor.
É plantar uma semente
e ver florir
como frutos
palavras que foram libertadas.


O caderno Prosa de hoje, 1º de setembro de 2012, traz uma página inteira sobre a autopublicação de livros. Há interessantes considerações sobre o futuro dos editores, o crescimento da publicação eletrônica e coisas do gênero, mas não quero me deter em nada disso. Acho que o que faltou na abordagem do tema foi falar de sonhos.

Sim, porque, publicar um livro é literalmente um sonho, a realização de uma coisa que você pensou que ficaria circunscrita às suas ideias, pensamentos, rascunhos impressos. É a possibilidade de partilhar o seu eu, de dividir-se multiplicando-se em cada leitor que lhe honrar com a sua leitura própria e peculiar do que você pensou ter dito. É plantar uma semente e ver florir como frutos palavras que foram libertadas.

Hoje em dia, a tecnologia nos permite dar esse passo a mais, é possível e viável financeiramente imprimir livros por sua conta sem que você vá à falência por causa disso. Você pode começar pequeno e ir crescendo à medida do interesse de seus leitores. Tenho inúmeros colegas que já trilharam esse caminho e o sorriso que trazem estampado no rosto pela conquista é a melhor resposta ao julgo das editoras, que naturalmente em primeiro lugar vêem seus bolsos. Nada contra, é um critério, mas há outros.


Já agendou? 25 de setembro, às 20h, na Sala Carlos Couto do Teatro Municipal de Niterói, venha sonhar junto comigo em Travessia do Verso


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Lançamento do meu livro de poesias



(clique na imagem para ampliar)

Amigos, divido com vocês uma grande alegria: o lançamento de meu primeiro livro. É um livro de poesias feito a partir do estímulo que vem sendo a leitura de ótimas obras, especialmente após minha adesão ao Clube de Leitura Icaraí, e do incentivo de uma querida amiga filósofa, professora de literatura e exímia conhecedora e declamadora da boa poesia. 

A poesia me ensinou que sonhar é possível, é gostoso, está ao nosso alcance. Venha partilhar esse sonho realizado comigo, dia 25 de setembro, às 20h, na Sala Carlos Couto do Teatro Municipal de Niterói (em frente ao Plaza Shopping). Acima segue o convite virtual.

Beijos carinhosos para todos vocês.

sábado, 11 de agosto de 2012

REPUGNANTE



Semana retrasada postei um conto meu no blog do Clube de Leitura Icaraí. Recebi muitos comentários surpresos, escritos ou falados, e um longo telefonema de uma prima muito querida. Ela me perguntou: Por que é que você escreveu isso? O que você quis dizer? E me contou, do alto de toda uma vida conhecendo bem a minha, as considerações que teceu e juntas trançamos e destrançamos essa teia gostosa da qual mal nos apercebemos quando estamos em processo, em construção, ou seja, no sempre.

Eu não tinha me questionado absolutamente porque inventei aquele conto, taxado como repugnante por diversos leitores (abaixo o link para os corajosos), mas foi muito bom fazer esse trajeto, incerto, ao lado de uma voz amiga.

E quando não conhecemos os autores, refletimos também sobre isso? Ou quando os autores não se identificam, é o medo de exporem seu outro lado que fala mais alto ou talvez o respeito à privacidade de familiares e amigos?

Hoje,  folheando o Caderno Prosa, em sua versão piorada após a reforma que o O Globo impôs, li com gosto o ensaio da Elvira Vigna intitulado “Tentativas sobre o conto”. Ela cita diversos autores e suas opiniões a respeito, mas identifiquei-me especialmente com a do Ricardo Piglia que diz que o autor de um conto deve estabelecer duas histórias que correm simultâneas e são o contrário uma da outra. Sem querer, eu fiz isso, talvez curvando-me ao óbvio conflito que mora nessa alma e que agora não precisa mais se esconder.