sábado, 31 de dezembro de 2011

Em 2012, vamos mudar o perfil do Neguinho


E agora viramos a página, mais um ano se foi, outro já chegou. Vi os lindos fogos do outro lado do mundo. Austrália e Japão, por exemplo, já comemoraram. Não há descanso, sem intervalos, é a vida que segue. A forma, porém, como a vida segue é que faz toda a diferença.

Esse final de ano, uma música em especial chamou minha atenção. Essa do vídeo, claro: Neguinho. Acho que isso será muito bom para 2012, fazermos uma análise e uma releitura do nosso próprio comportamento. A letra tem muitas sacações legais: consumismo não é sinal de felicidade; alienação é uma droga, literalmente; é muito fácil julgar os outros, mas e você se estivesse lá, o que faria? arrogância, pedantismo, miséria, falta de cidadania, comportamento de vaca de presépio... dá o que pensar.

E acho que pensar é fundamental para mudar um pouquinho que seja a nossa vida e a do próximo e assim numa onda boa de propagação podemos chegar muito longe. Temos os pés, sabemos o caminho, vamos usá-los bem em 2012.

Feliz Ano Novo para você!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL!!!

Tempo de Natal, seguem dois poeminhas que fiz pela data.


DESEJO DE NATAL

Meu desejo neste Natal
É cultivar amizades,
A sua, em especial

É abrir meu coração
Passear no bico do pássaro
Espalhar alegria e emoção

É subir na árvore do conhecimento
Sentar no galho mais alto
E ler o livro do encantamento

Que nos faça sonhar, viajar
Crescer, repensar e trocar
A palavra mágica do pensamento



NATAL EM SONETO

Não sabia se cria
Se chorava ou se sorria
Mas nada disso importava
Era tudo só alegria

Árvore montada
Mesa arrumada
Presentes embalados
Papai Noel na escada

A família reunida e mais o vinho
Uma troca de gargalhadas e carinho
Meu Natal era isso e era tudo

Ah, se os outros dias fossem assim
Desse jeito, pra você e pra mim...
Engordaríamos muito

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Gato rouba cena no Teatro Municipal

Imagina um gato grande, de pelos levemente acinzentados, olhar de quem pede carinho, subindo e descendo escadas como quem chega ao céu e vem buscar seus queridos. Imaginou? Agora pode esquecer que esse gato é meu, rsrsrs, e foi esse felino danado de criativo, bom de papo e de papel, que arrebatou o 1º lugar no Prêmio de Literatura promovido pela UFF, na categoria Contos. Levou troféu, flores, livros, certificado e um laptop 0 km.
novaes/ é o nome artístico de Newton Novaes Barra
A turma do Clube de Leitura, amigos pra lá de especiais, engrossou a torcida da família, e todos fizemos bonito e em bom som, bem ao estilo italiano, tema aliás de todos os trabalhos literários.
Durante o cocktail, após a premiação, Clic e família
Não vou me alongar com explicações. Deixo para vocês as fotos do evento, realizado no Teatro Municipal de Niterói no dia 5 de dezembro. Ah sim, o conto foi inclusive dramatizado, show de bola, e após a solenidade fomos à celebração gastronômica.
Finalistas do Concurso. O que interessa é o 2º à esquerda

Agora é só bememorar. Dília estava maravilhosa, vejam só

Tira o olho

A querida Gracinda e os amados filhos

A radiante Elenir fez haicai e tudo para o ganhador

Cícero e Joana, Evandro, Norma, Carlos, Fátima e Elenir

Olha o tamanho da mesa, pena que não podem ouvir também


Quer mais? Para ler o conto, acesse o Blog do Clube de Leitura Icaraí no link http://clubedeleituraicarai.blogspot.com/2011/12/viagem-do-filho-querido-novaes

Para ver a dramatização, acesse o youtube no link
Parte 1:
http://youtu.be/7jKnuG_r_Rw

Parte 2:
http://youtu.be/kSho3CoqYGY

sábado, 26 de novembro de 2011

Que país é esse?



Essa semana saiu uma notícia de capa de jornal, não me lembro mais o dia, tímida, pequenina, quase no pé da página, como se se envergonhasse de si mesma. Os fatos em si são ultrajantes e tão absurdos que me fiz novamente a pergunta: Que país é esse?

Que país é esse onde se gasta com o sistema carcerário, absolutamente ineficiente, incapaz de devolver gente com um mínimo de sanidade à sociedade, até mais de nove vezes do que se gasta em educação?

Alguns dados de gasto anual:

Com aluno do ensino médio
Com aluno do ensino superior
Com preso de prisão estadual
Com preso de prisão federal
R$ 2.300,00
R$ 15.000,00
R$ 21.000,00
R$ 40.000,00

O mínimo do mínimo que se esperaria de um preso é que trabalhasse para cobrir o próprio sustento. Aqui, ao invés, eles ainda têm bolsa marginalidade (R$ 862,60), politicamente chamada de auxílio-reclusão e que é maior do que o salário mínimo e do que restitui o INSS à imensa maioria de aposentados que ralaram anos e anos a fio.

Nós, que pagamos os impostos que sustentam essa política pró-assassina, que sabemos que, se há esperança está na educação, não podemos ficar calados frente a uma notícia bombástica dessas. Acho que o primeiro passo é divulgar esse descalabro aos 4 ventos. Por muito menos se fazem passeatas: do Orgulho Gay, da Liberação da Maconha, da Marcha das Vadias e por aí vai.

Eu quero é um movimento que salve a educação, que valorize os profissionais que a cada dia escasseiam frente aos péssimos salários e condições de trabalho, que devolva seriedade às escolas públicas, onde estudei minha vida inteira, mas onde não tive coragem de matricular meus filhos.

domingo, 20 de novembro de 2011

Uma questão de escolha


 
Eu pensei em escrever sobre o Steve Jobs bem antes, mas aí ia ser tão lugar comum, o jornal não parou de falar nele durante quatro dias seguidos. Resolvi esperar. Até porque a reflexão sobre a vida e a morte é atemporal. Fiquei bolada com um comentário que minha amiga Rose postou no facebook. Eu procurei para colar aqui, mas devido a meus parcos conhecimentos do ‘face’, não achei. Bem, ela dizia mais ou menos que alguma coisa está muito errada e é preciso refletir como ainda hoje uma pessoa morre de câncer tão novo, ainda mais um gênio.

Eu, porém, tenho um outro ponto de vista. Concordo que muita coisa está errada e nem quero enveredar pelos interesses que movem a indústria de remédios, os patrocinadores de cientistas e por aí vai porque preciso alimentar meu bom humor, rsrsrs.

Mas acho que o Jobs nos leva a refletir sobre a qualidade de vida que levamos. Inegável que era um gênio, para o trabalho, o que acabou por atingir uma população imensa que consumiu e consome avidamente as novidades que o mundo capitalista nos entrega day by day. Mas a vida não é só trabalho. E pelo que li, como a maioria dos gênios, seu temperamento era, digamos, no mínimo bipolar. Não creio que devamos cultivar ofensas e agressões nem que as justifiquemos por incompetência. Não está satisfeito, demita que é direito seu, mas sem humilhar. Curta mais a família, selecione amizades, aprecie a natureza porque não sabemos até quando dura o nosso presente de viver e esse encanto de saber que mais dia menos dia ele termina, por doença, acidente ou o que seja, deveria nos motivar a viver e amar o hoje como se não houvesse amanhã, como já bem disse a Legião Urbana na letra de Pais e Filhos.

Acho que perto do final Jobs descobriu isso, tanto que fez a declaração abaixo. Nós podemos descobrir antes. Não percamos a oportunidade!

“Lembrar que estarei morto logo é a ferramenta mais importante que eu já encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo orgulho, todo medo de falhar ou vergonha – essas coisas caem por terra ao encararem a morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que encontrei para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração." Steve Jobs

domingo, 13 de novembro de 2011

Você acredita em sereias?




Termino de ler O outro pé da Sereia, de Mia Couto, livro que, através da imagem de uma santa católica que perdeu um pé em 1560 (transformando-se assim numa sereia, ou seria o contrário?), faz uma analogia belíssima sobre o processo de aculturação sofrido por Moçambique.
Antonio, amigo do Clube de Leitura que também adorou a obra, me brindou com essas descrições:
“Os temas são diversificados. Vão desde a questão da memória, a abordagem dos mitos, a questão da oralidade e da escrita, da guerra etc. Uma das mais importantes é a transculturação”.

Poético até não poder mais, o livro traz muitas passagens inspiradoras. O poema que inicia o texto, fiz após lê-lo. Espero que gostem.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

E falemos das flores...


No sábado teve um evento na escola das meninas, de vez em quando tem, para culminar algum projeto pedagógico. Este, porém, foi muito bacana para mim, ótimo por sinal porque o calendário institucional com a participação das crianças lá só vai até o 5º ano. Foi, portanto, a última vez das meninas.

Bem, a turma das minhas filhas cantou e dançou vestindo a camisa DOE SANGUE e sabe qual foi a música? Pra não dizer que não falei das flores, do Geraldo Vandré. Eu achei muito bacana a escola ter escolhido esse símbolo de luta contra a ditadura, uma música de 1968, mais de 40 anos, como tema. É uma oportunidade das crianças conhecerem um pouco da nossa história e da beleza que se pode fazer com uma letra assim. 


As meninas cantaram de cor e antes, em casa, eu tinha perguntado qual era a música, mas elas não disseram. Já conheciam, porque às vezes eu canto, e por isso elas sabiam que eu gostava e quiseram fazer surpresa. E foi, das boas. Obrigada, queridas!



A foto mais acima é das turmas do 5º ano. Elas estão atrás e não aparecem, por isso fiz também uma só com elas, mãe coruja, sabe como é que é.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Morte que te quero longe



Hoje é Dia de Finados, mas não vou falar dos nossos entes queridos que moram agora em outro andar. Queria comentar uma crônica, disfarçada de matéria, que por acaso li hoje no Globo, no caderno Carro etc. Nunca leio esse caderno, mas a foto do carro da funerária e o título e subtítulo me chamaram a atenção.
A morte pede carona
Ganhar a vida ao volante de um carro fúnebre é de matar. Sentimos isso na pele...

O repórter Marco Antonio Rocha conta com graça do horror das pessoas que querem distância do inusitado veículo. Ninguém quer manobrar, lavar o carro, nem ao menos distribuir panfleto no sinal fechado ou ‘limpar’ o pára-brisas.

A maioria das pessoas deseja tanta distância da morte que alguns nem perto de cemitério passam, outros se benzem sempre, porque como diz aquele anúncio de seguros, “Vai que...”

Morte, morte, cada vez que parte um de nós lembramo-nos da nossa efemeridade e desta agenda aberta que não marca dia nem hora. Assusta-nos a perspectiva de não viver mais, porém devia amedrontrar-nos ainda mais a possibilidade de viver sem aproveitar, sem amar, sem entrega, sem felicidade. Ainda não sei se a morte é sem, mas a vida, esta é com, com certeza.

Sei não, acho que o jornalismo começa a enveredar pelo contismo, o que não é mal, alguns jornalistas escrevem mesmo direitinho e levam jeito novelesco, digamos assim. E se contarmos com as péssimas notícias que lemos na imprensa, um pouco de alma, desde que não seja penada, não faria mal. Salvem as almas literárias!

P.S: A foto é de um carro funerário sem ares fúnebres, mas acho que não emplaca por aqui não.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os testas-lisas



Parece que eu fiquei em coma um ano, não sei, mas tomei um susto quando acordei, achei que o tempo tinha corrido e só eu não sabia. Liguei a TV no noticiário e lá estava a Leilane. Mudei de canal e dei de cara com a Suzana Vieira sendo entrevistada, peguei o jornal e vi a foto da Claudia Gimenez. Na ponte, um outdoor com a cara esticada do Fabio Junior. Caraca! É uma nova república dos testas-lisas? Ninguém tem mais expressão? É todo mundo com a mesma cara?

Imaginei pegar esses midiáticos e deixá-los numa ilha, à la Robinson Cruzoé, para um resgate dentro de um ano. O efeito botox iria por água abaixo, e a expressão, como ficaria?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Flor de sal grosso



Vocês já viram um pinheiro em flor? O que é a ignorância, eu nunca soube disso e quando o pinheiro aqui de casa deu flor, pensei que fosse praga. Eram pontinhos brancos nos vértices das folhas que lembravam grãos de sal grosso.

E eu pensei: então também hão de espantar os maus olhados e os espíritos sem luz. Mas que medo é esse que aparece de repente mesmo frente à agradável surpresa e descobrimento de um pinheirinho em flor? Pinheirinho até é modéstia porque há mais de um ano ele cresceu tanto que o mais de 1,80m do meu marido não deu para adornar-lhe o cume no Natal do ano passado. É um baita pinheiro que enfeita o jardim perto da piscina e eu de novo penso que é possível que crie raízes tão profundas que invadam a estrutura interna da piscina, quebrem os ajulezos e olha aí o prejuízo. Puxa vida, será que a felicidade me assusta tanto assim? Quantos fantasmas mais me rondam mesmo que seja de dia? Quantas culpas preciso espiar antes de conseguir somente apreciar o belo?



Bem, se dizem que ter a consciência é o primeiro passo, cá estou eu, e não há caminho tão longo que não comece com um simples passo. Enfim, um dia, quando conhecer-me mais e melhor, quisera poder descobrir em mim uma singela flor de sal grosso que me crescesse discreta, adornasse a alma e pudesse enfeitar também a sua vida.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Criatividade para malhar





Quem já não está cansado de saber que devemos malhar, exercitar o corpo para mantê-lo jovem mais tempo, saudável, reduzir os níveis de glicose, colesterol, melhorar a pressão? Saber a gente sabe e os mais disciplinados e conscientizados praticam, mas aposto que se houvesse um programa estimulante assim, lúdico, bem humorado, como este vídeo, para todos os gêneros, com motivos variados, o contingente de praticantes aumentaria muiiito. Fica a sugestão e a torcida para que seja posta em prática.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sobre MMA e outras batalhas



O que uma pessoa não tem que fazer para agradar seus 17 leitores e meio? Graças ao bom Ford (digo, Lord), que Agamenon, colunista, me ensinou. Pois é, um desses leitores exigentes me disse que eu tinha que dar um furo de reportagem, quiçá sobre MMA, que cá pra nós, até pouco tempo eu pensava tratar-se de algum fator matemático do qual eu tinha esquecido. Na minha época era MMC, MDC, pra MMA, não vai lá muita diferença. Bem, como um furo de reportagem eu só posso dar se pegar o jornal e enfiar a caneta em alguma matéria investigativa, vamos de MMA.

Pra quem não sabe, a sigla é inglesa, Mixed Martial Arts e eleva a porrada solta à categoria de esporte. Ih, acho que já perdi meu leitor. Prossigamos, porém.

No MMA, são dois oponentes que podem usar golpes de luta em pé e técnicas de luta no chão. A dita arte de baixar o cacete tem origem dupla, de um lado o vale-tudo que começou lá nos idos de 1930, e de outro, o shooto, artes marciais misturadas organizadas pelos japoneses na década de 1980. O negócio se tornou popular e alçou o estrelato nos Estados Unidos em 1993, quando se criou o primeiro UFC (Ultimate Fight Championship). Hoje em dia, a Sky cobra uns 40 paus se você quiser assistir a uma lutinha dessas na madruga e para ver o sangue escorrendo ao vivo é preciso pagar muito mais, variando de R$ 275 a R$ 1.600.

Acredito que o (ram, ram), esporte, atrai muito mais a ala masculina, mas lembro de ter visto a Sandy no gargarejo de uma final desses que o Anderson Silva disputa. Dio mio, perché? Eu pagaria para ver dois marmanjões se acarinhando, não libidinosamente, mentes poluídas, mas uns afagos aqui, um cafuné ali e dois beijos acolá, que mal tem? Que o digam os russos e a máfia italiana. Agora pagar pra ver gente batendo e gente apanhando, ah isso não é pra mim. E se me pagaram também não vou, só se for muiiiito. Agora, se reativassem as lutas do Coliseu, eu poderia abrir uma exceção. No mais, fico com outras batalhas, a gente também apanha, também bate, mas tem a chance de crescer e melhorar.

Em tempo: Pra quem gosta, o vídeo é de uma luta tida como uma das melhores dos últimos tempos, entre Minotauro e Bob Sap.

domingo, 9 de outubro de 2011

Politicamente correto



Antes de mais nada quero dizer que esse título é um chiste já que por si só denota uma impossibilidade: se alguma coisa é política, pelo menos em nosso país, por certo não pode ser correto, rsrsrs.

Dito isto, vamos ao que interessa. Uma amiga que incitou a falar sobre as canções de ninar encaminhando um e-mail que menciona letras de diversas cantigas do nosso folclore: Boi da cara preta", Atirei o pau no gato-to-to, Marcha soldado, O cravo brigou com a rosa e por aí vai. A mensagem inicial era passada por uma brasileira que trabalha como babá nos EUA, e lá, a criançada só ouve canções lindas de fadas e anjos e princesas onde tudo dá certo.

Bem, acho que as músicas do nosso folclore, salvo raras exceções (Atirei o pau no gato, por exemplo, poderia sair) deveriam continuar a ser difundidas, assim como os livros de Monteiro Lobato, mesmo aqueles hoje considerados politicamente incorretos. Fazem parte de nossa história e de nossa cultura, devem ser analisados dentro do contexto em que foram gerados, como tudo aliás. Lya Luft também pensa assim e diz que o medo é necessário e faz parte da vida, ajuda-nos a criar defesas, desde que não seja uma coisa desproporcional, é claro. As crianças gostam dessas músicas e até se divertem com elas. Passa pelo imaginário infantil, pela fantasia. Quando tiramos isso delas cria-se um mundo irreal, de mais fantasia ainda, como se tudo fosse perfeito, bonito e justo. Essa não é a vida.

Sei não, mas acho a sociedade americana uma das mais doentes do mundo, basta ver como geram serial killers que do nada massacram crianças em escolas, pessoas em shoppings e tudo mais. Não há uma análise simplista para isso, mas acho que essa visão de mundo perfeito que as cantigas americanas proclamam não contribuem em nada, a não ser para enfatizar o sentimento de superioridade e prepotência tão característico a essa potência dominadora.

domingo, 2 de outubro de 2011

Masculino e feminino, Feminino e Masculino



Que bom que meu post repercutiu e já foi capa do Globo e tudo, rsrsrsrs. Que bom que além da ministra Iriny mais 15 pessoas entraram com pedido de suspensão da campanha da Hope, estrelada pela Gisele, ainda que a ação desejada não tenha se concretizado, até agora. Pena, no entanto, que o Globo, e inclusive o Chico estejam tratando o assunto com tanto partidarismo pró-Bundchen, mostrando parte da campanha com o ‘certo’ assinalado quando é a modelo quem posa de biquini e ‘errado’ quando é a ministra, quer em reprodução fotográfica, quer em charge. Ai, ai, é preciso ver e ler o que esse pessoal não escreve, se não estamos muito fritos.

Aí a gente segue absorvendo mais informação sobre o tratamento que a mulher ainda recebe no mundo: estímulo ao aborto feminino na Índia e na China, chibatadas para mulher que ‘teima’ em dirigir na Arábia Saudita, clitóris cortado e vagina costurada na Somália, Sudão, Etiópia e por aí vai. A lista é tão extensa quanto deprimente e, como hoje é domingo, vou amenizar.

Gostaria mesmo é que as pessoas refletissem sobre como gestos simples, travestidos de um humor pra lá de questionável, podem ter consequências graves na psique humana, se enraizar no íntimo do masculino e do feminino consagrando de um lado o machismo - trazendo a reboque o autoritarismo e a opressão - e de outro o sentimento de inferioridade, submissão ou revolta, ambos conduzindo a infelicidade mútua. Nisso tudo, e ainda mais que hoje termina o Rock in Rio (saudades do 1º), fico com Pepeu Gomes. Ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino, se Deus é menina e menino, sou masculino e feminino.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Não há esperança para a Hope



Não sei se vocês já viram o anúncio da Hope que a Gisele Bundchen está fazendo (link http://www.giselebundchen.com.br/novidades/9809/nova-campanha-de-lingerie-gisele-ensina). Eu achei absolutamente chocante. Primeiro ela aparece de vestido dando para o marido (calma) a notícia de que a mãe dela vai morar com eles. Aí aparece marcado ‘errado’ naquela forma de comunicação e então a Hope vai ensinar a forma certa de dizer. Aparece novamente a Gisele de calcinha e sutiã, dando a mesma notícia, com a marcação de ‘certo’. E a vozinha diz: ‘Você é brasileira, use seu charme’.

Francamente, depois de a mulher ser acusada de provocar estupros por se vestir de modo ‘ousado’, de se matar a companheira alegando honra masculina ferida e outras atrocidades, vieram a luta pelos direitos iguais, a lei Maria da Peña e parcos avanços sociais. E agora, em pleno 2011, invadem a minha casa com uma mensagem dessas, que nem sei como caracterizar. É assim que se passam os conceitos mais podres, em tom de brincadeira, de gracinha.

Decepção com a Gisele, que eu pensei ter mais que beleza exterior para mostrar. Decepção com o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que nem deveria permitir uma mensagem machista dessas e decepção com a Hope, que não entra mais aqui em casa. Aqui, só esperança legítima, dessas que brotam da alma do homem sem gênero, crescem com as ideias, frutificam com as palavras e semeiam ações que valem a pena.

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro ou qualquer dia



Eu, que vocês já sabem sou fã da Martha Medeiros, hoje não gostei de sua coluna. Não sei porque as pessoas acham que são obrigadas a falar do 11 de setembro. Eu não acho, mas falo mesmo assim, por Indignação, até para usar o título do excelente livro de acabo de ler.

Jamais considerei esta data um marco e acho chocante e mudo de canal quando a Globo faz suas reportagens especiais com uma jornalista prostrada com cara de Maria Madalena onde antes se viam as torres gêmeas e diz que a liberdade foi ameaçada, que o terrorismo é a pior coisa do mundo e que uma piscina sem fundo foi inaugurada em homenagens às vítimas, representando um pranto sem fim pelos inocentes mortos. Eu pensei que era jornalismo, mas era a novela das 6, das 7, das 8, sei lá qual, porque felizmente não vejo nenhuma.

Sem qualquer apologia ao terrorismo, que é mais um mal da humanidade, acho que não podemos cair neste canto da sereia. Foram 2.996 vítimas no atentado de setembro, contra cerca de 873 mil mortes, só para falar nas guerras do Iraque e Afeganistão, patrocinados pelos santinhos do pau oco. Sugiro que vocês acessem o link abaixo e aprofundem o que é informação de fato.

http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/quais-os-verdadeiros-valores-sociedade/artigo/11-setembro-os-mortos-norte-americanos-os-outros-mortos/16280 

No mais, hoje é um dia qualquer, desses em que o homem deveria refletir sobre suas ações, não querer invadir países alheios, não desejar inflar a opinião pública contra esse ou aquele ditador porque a exploração do petróleo ou de qualquer outra riqueza local lhe convém, um dia em que poderíamos deixar a hipocrisia de lado e sermos, finalmente, o que o nome nos sugere: humanos.

P.S: A foto refere-se a um dos inúmeros bombardeios orquestrados pelos americanos contra o Iraque, que como se sabe não tinha qualquer arma secreta de destruição em massa. O país continua arrasado até hoje. Não sei o dia que dedicam a esses centenas de milhares de mortos e suas famílias destroçadas, mas poderia ser hoje.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Resposta do 'meu' dileto escritor

 
'Não é que os anjos conspiram a meu favor?' Rsrsrs. Essa brincadeira eu faço sempre com meu filho, que às vezes acha que minhas ações não têm a mínima chance de dar certo. Mas a gente acreditar e, pelo menos tentar, ajuda, né? Segue abaixo a resposta do maravilhoso escritor à minha cartinha sobre seu livro "A máquina de fazer espanhóis", que está no post anterior. Fiquei felicíssima.
 
Cara Rita

fico muito contente com a sua reacção ao meu livro. creio que será fácil perceber que me foi muito especial escrever sobre este assunto, por meu pai, por mim, por todos nós.
fico muito contente que possa ser lido e recebido assim

este ano não devo ter como voltar ao brasil, mas se aí estivesse em outubro ia gostar de assistir a essa sessão do vosso clube de leitura. espero, de todo o modo, que seja uma tertúlia agradável. deixo para todos um grande abraço

e a você, de modo muito querido.
obrigado
valter

Enviado do meu iPhone

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Carta enviada ao Valter Hugo Mãe


Leitores amigos, a carta abaixo enviei hoje, dia 30 de agosto, pelo e-mail que achei fuçando na internet. Tomara que chegue até ele. Mas de qualquer forma, sinto-me honrada em fazer propaganda desse livro que é simplesmente maravilhoso e apaixonante.



Querido Valter Hugo Mãe,

Desculpe-me o abuso de chamá-lo querido quando sequer me conhece, mas é que eu o sinto assim tão perto agora, após a leitura de “A máquina de fazer espanhóis” que não posso usar termos como prezado ou estimado, parece algo distante e você (mais uma ousadia, permita-me por favor) definitivamente me aproximou dos mais velhos, me aproximou de mim mesma em um futuro médio, me reaproximou dos meus velhos de uma forma gostosa e natural que não julgava possível.

Não sei como você fez para, ainda assim, jovem, passar uma vivência própria da terceira idade, a isto responde a genialidade da sua obra. Não me importa sabê-lo, só quero mesmo poder sentir esse aprendizado de respeito que respiramos nas suas páginas. Também não tive um pai que chegou à terceira fase, mas tenho uma mãe que lá está, tive duas avós que chegaram à quarta e tenho alguns tios em caminho adiantado. Entendo mais da dignidade nessa etapa agora, graças a você. Obrigada.

Tenho uma ideia mais clara do que é o medo, a humilhação, a solidão não escolhida, o aproximar do fim a cada dia e as releituras críticas de um caminho traçado ao longo dos anos, por vezes marcado pela prepotência e arrogância dos áureos tempos. Sei um pouco mais das possibilidades que podemos ainda vislumbrar, a importância da amizade, do riso bobo, das brincadeiras e até do amor. No meio do fim, ainda o começo de algumas alegrias.

Ah se toda a humanidade pudesse ler seu livro e sentir um pouco a dor de perder um grande amor, a dor de ver partir um amigo após o outro, a dor de ter que abdicar de sua autonomia, de ser obrigado a cumprir sentenças proferidas por seu corpo, mesmo quando seu cérebro podia e queria mais. E ainda suportar a ignorância dos filhos que, não sabendo como agir, escolhem formas duras de mostrar que a vontade perdeu seu dono. É frustrante, broxante, triste, amargo, humilhante, como o paralelo que fez com Portugal, mas mesmo assim ainda bonito, digno e feliz, aqui e acolá, como talvez fosse na Espanha. Obrigada novamente, por permitir-me uma compreensão e, a partir dela, a possibilidade de agir de outra forma.

Li seu livro devagar, saboreei as palavras, economizei nas páginas para que se demorasse o fim, numa combinação inimaginada, mas inequívoca: a comparação com a alegoria descrita.

Um abraço muito afetuoso e minha eterna admiração,

Rita Magnago

P.S: Faço parte do Clube de Leitura Icaraí (http://clubedeleituraicarai.blogspot.com/) e seu livro foi o vencedor da votação para o mês de outubro, quando o debateremos, na livraria da Universidade Federal Fluminense, em Niterói.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A nossa parte e a parte do Estado


Chegamos ao cúmulo de ver profissionais da saúde prendendo agulhas, teoricamente infectadas com o vírus do HIV, em seu muro para tentar proteger-se, à sua família e à sua casa, de roubos. Após 8º assalto, morador coloca armadilha usando ratoeira e arma de fogo para matar ladrão em sua próxima investida, o que de fato aconteceu. E o resultado? Nossa polícia investiga e processa esses cidadãos acuados, desesperados e fartos de tanta negligência.

Será que ninguém se questiona sobre os motivos, sobre a falta de segurança, esse direito do cidadão que o estado deveria, mas não promove? Que providências se tomam nesse sentido? Apenas punir aquele que tem uma iniciativa em defesa própria? Assim não se resolve o problema. Precisamos que o Estado desempenhe seu papel ou isso vira de vez uma Casa da Mãe Joana onde é cada um por si.

Em tempo: Apóio o Ato contra a Corrupção programado para o dia 20 de setembro, na Cinelândia. Estarei lá. Esse país tem que mudar e nós devemos fazer a nossa parte.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Que tal ser humano?


Ah, os japoneses, de novo eles! Confesso meu amor por esse povo que demonstra o que é ser humano com tanta simplicidade e pouca propaganda. Se vocês não tiveram a oportunidade de ler a coluna da Martha Medeiros de domingo passado, recomendo vivamente (escaneei para vocês). Ela conta que 200 profissionais aposentados, engenheiros em maioria, se prontificaram a trabalhar nas usinas de Fukushima em lugar dos que foram chamados pelo governo, cientes de que, em um prazo aproximado de 20 anos, contrairão câncer. Fizeram as contas expectativa de vida x morte por câncer e decidiram que não tinha porque deixar os mais jovens perderem anos de sua existência.

A equação é simples, a decisão e o espírito de coletividade que a norteiam não. Fica mais um lindo exemplo desse povo que, apesar de sofrer as piores mazelas naturais, não só não esmorecem nem se vitimizam, como agem rápida, eficiente e organizadamente, além de serem criativos em suas propostas e demonstrar enorme respeito ao próximo. Enquanto isso, aqui:

  • quando passo pela Alameda e vejo a agora terminada obra que durou desde as chuvas de abril passado (posso me enganar no mês, mas seguramente tem mais de um ano)...
  • quando minhas filhas leem diariamente a placa da prefeitura de Maricá anunciando há meses uma obra de reconstrução de uma ponte que não começa nunca...
  • quando vejo no jornal a fúria de Núbia Cozzolino para com a população de Magé, esfolada até não poder mais...
  • quando penso nos prefeitos de Teresópolis e Friburgo e no desvio das verbas públicas para reconstrução das cidades...
  • quando recebo dossiês retratando muito, muito mais que as viagens de Cabral com helicópteros e jatinhos de empresários fornecedores de serviços e produtos...
Enfim, quando me deparo com todos os péssimos exemplos que a administração pública nos dá, sem esquecer dos inúmeros de nós que ratificam a “Lei de Gerson” no dia a dia e não estão nem aí para os demais cidadãos, ah os japoneses, que faltam que me fazem. Saionará.


sábado, 23 de julho de 2011

No futuro, novas maneiras de dizer a mesma coisa



Estou lendo Admirável Mundo Novo e é inevitável não tentar imaginar o futuro. Já em 1932, pouco antes da 2ª guerra mundial, Aldous Huxley inventou o que poderia ser um mundo perfeito, sem dor ou depressão, com consumo liberado de drogas que sequer tinham efeito colateral. Maravilha? Leiam e saberão.

Mas o futuro sempre nos inquieta, não? Nem falo das questões universalistas e de geo-política, mas daquele amanhã que adentra nossa casa e invade nossa vida em pequeninas coisas que acabam tendo grandes desdobramentos. A internet é um exemplo recente. E hoje, deparei-me com isso: “No futuro, as crianças usarão camisetas em que, no lugar de serem estampadas com fotos estáticas, exibirão slideshows com diversas fotos em sequência, ou mesmo vídeos”. A frase é de LaChapelle, canadense cofundador de uma rede social especializada em mobilidade falando sobre o futuro da foto digital.

Chama minha atenção a necessidade do homem comunicar-se com o outro, mesmo que não o conheça, mesmo que, a princípio, não queira falar com ele. A foto, em movimento ou não, o vídeo ou frases são todas formas de dizermos um pouco sobre nós mesmos e assim nos diferenciarmos em meio a uma multidão. Acredito nisso, não gosto daquilo, compro essa ideia. Que bom que, ao que parece, no futuro continuaremos inventando outras formas de transmitir a mesma coisa.

Em tempo: escolhi um vídeo que usaria na minha camiseta futurista, e com direito à música, inclusive.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quebra das alianças na boa



Achei muito interessante os japoneses estarem agora fazendo festa para celebrar o divórcio, com direito a quebra de alianças e tudo. A celebração já existia, mas era pouco usual, sendo que depois do terremoto, seguido de tsunami, tanto aumentaram o número de casamentos quanto de dissolução dos mesmos.

Essa foi a parte mais interessante no meu ponto de vista. Frente uma catástofre daquela magnitude, o povo compreendeu que não vale a pena permanecer casado apenas por conveniência, por comodismo, e também não é bom ficar adiando sonhos de uma vida em comum se tudo parece indicar que ali está a felicidade.

Outro lado muito legal é que nos mostra que as relações podem terminar numa boa. Isso é bacana. Sei que nem sempre é possível, mas seria o ideal. Afinal, se você viveu um bom tempo com alguém é porque alguma vez na vida pelo menos você achou essa pessoa ‘duca’. Decididamente os japas estão anos luz à nossa frente.