terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um brinde a 2011

           
Queridos leitores,

Tenho muitos assuntos sérios em mente, desde o obsceno aumento aprovados pelos parlamentares para os próprios até o projeto de lei que prevê distribuição gratuita de protetor solar para todos os brasileiros, mas não quero falar disso.

É tempo de Natal, tempo de Ano Novo, então gostaria de partilhar com vocês uma mensagem dessas estilo auto-ajuda, que eu costumo não gostar, mas achei bem maneira pra encararmos um 2011 no melhor estilo. Gostei especialmente dessa frase:
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. Viva enquanto estiver vivo. Que estejamos todos vivos e saibamos viver a vida em 2011.

Grande beijo!

        
            1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.

            2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.  (Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

            3. Aprenda sempre: aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.'E o nome do Alemão é Alzheimer!

            4. Aprecie mais as pequenas coisas

            5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
            E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!

            6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente, sofra e ultrapasse.
            A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
            VIVA enquanto estiver vivo.

            7. Rodeie-se das coisas que ama:
            Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
            O seu lar é o seu refugio.

            8. Tome cuidado com a sua saúde:
            Se é boa, mantenha-a..
            Se é instável, melhore-a.
            Se não consegue melhora-la , procure ajuda.

            9. Não faça viagens de culpa.. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde  haja culpa.


            10. Diga às pessoas que ama, que as ama, a cada oportunidade.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Wikileaks, sou sua fã

Eu li a crônica da Marta Medeiros sobre o on e o off, mas como resistir a algo que não tem o cheiro da hiprocisia? Ainda mais quando vem pra abalar a nação que se auto intitula democrática. Muito bom ver os Estados Unidos passando esse sufoco pra se explicar e tendo que mover mundos para aparar as arestas que comunicações livres de censura deixaram bem pontudas.

Mesmo quando a gente pensa que não é ingênua, que sabe que na política o jogo é muito sujo, ainda assim a gente se engana. Não dá pra imaginar porque essa sordidez, felizmente, não faz parte da rotina da maioria de nós. Estamos mais preocupados em ganhar o pão de cada dia.

Vai ver para o próprio criador do site isso tudo também era um estratagema para aumentar seus lucros, porque ele certamente ganha vendendo seus furos a ‘seletos’ meios de comunicação, mas não importa, mesmo assim atende ao propósito de expor a merda que é essa politicagem.

Serve também para quem se ilude pensando que desafiar os poderosos é fácil. De uma hora pra outra o cara vira estuprador, tem prisão decretada, suas contas são bloqueadas etc. É, não é mole não, mas já que a merda foi pro ventilador, então, refresquem-se. (kkkkkkk)

P.S: Faço coro com o presidente, que no vídeo abaixo, demonstra seu espanto por não haver nossa imprensa, no caso Wikileaks, se insurgido contra a liberdade de expressão, coisa que com seu governo fazem sempre, e olha que não estamos na Venezuela. Enfim, mesmo estando tão acostumada a dois pesos, duas medidas, é engraçado ver a mídia nessa saia justa. A Dilma podia pegar um pouquinho desse ‘savoir faire’ do Lula.


domingo, 12 de dezembro de 2010

QUAL A COR DA SUA MALA?


Já passou o assunto, mas vou falar do tema mesmo assim porque é algo que com certeza pode se repetir. Antes do jogo final que culminou com o título de Campeão Brasileiro para o Fluminense, li uma entrevista do Ronaldo defendendo a chamada mala branca como incentivo legítimo para os jogadores cumprirem seu papel.

Sem querer dar uma de santinha, fiquei pensando. Até então, para mim uma mala branca era apenas um item de viagem legal para aeroportos super clean. Mas não era disso que o ex-fenômeno falava. Ele, aliás com a sinceridade de poucos, expressava sua opinião favorável a pagar por fora a jogadores de outras equipes para entrarem em campo motivados, não entregarem a partida, dificultarem a situação do adversário. Mas isso, é claro, apenas nessa circunstância. Se fosse para entregar o jogo, como já assistimos a algumas finais, uma inclusive de Copa do Mundo, onde o Peru deixou o outro time entrar com bola e tudo, aí não, isso ele é contra.

Linha tênue, não? Eu sei lá, alguns argumentos dele até fazem sentido, poderiam ser vistos como uma estratégia de outras equipes para defender um título ou uma boa colocação. Uma guerra então? Vamos usar todas as armas ao nosso alcance para valorizar nosso passe, aumentar o preço dos ingressos e conseguir mais patrocinadores para o próximo ano. Até o último dos Moicanos, o Barcelona, sucumbiu aos patrocinadores.

De qualquer forma fiquei triste, achei que o nosso futebol, apesar da era Dunga, ainda tivesse um q. de arte.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A alma feminina não é frágil

Recebo muitas mensagens enaltecendo as mulheres, falando que os homens nem sempre correspondem ao esperado; outras apresentando como se fosse cômica uma vingança feminina a um fora masculino, por exemplo, piadinhas sem graça. Sinceramente, não concordo com o conteúdo desses textos, power points ou seja lá como se apresentam.

Acho que esse tipo de pensamento alimenta a ‘fragilidade’ feminina, vitimiza a mulher. Somos mais que isto. Tudo bem que a mulher costuma ralar mais que o homem, digamos assim, quando tem filhos, casa para cuidar etc. Mas isso não faz de ninguém uma heroína. Faz parte da vida, são papéis que assumimos porque de uma forma ou outra achamos que podemos dar conta. Não esperemos reconhecimento ou gratidão em troca. Se for demais, peça ajuda ao companheiro, aos pais, aos próprios filhos, dependendo da idade e possibilidade de cada um. Ou faça menos, cobre-se menos. Ninguém vai morrer por causa disso.

Às vezes nós mesmas vamos assumindo tarefas demais e depois achamos que não somos reconhecidas por isso. Eu acho que mulher é gente comum, igual ao homem, talvez com mais sensibilidade para algumas coisas, com certeza com mais disposição para multi-tarefas, mas é isso. Não nos endeusemos porque também pisamos na bola, cometemos erros como mulheres, amantes, mães, filhas e amigas. É claro, somos humanas, ora bolas.

Nossa auto-estima precisa estar acima dessa reafirmação que vem nas mensagens que eu chamaria de auto-ajuda, e normalmente às custas de denegrir a imagem masculina. Sofrer faz parte da vida, por amor, por burrice, por cegueira... O importante é conseguirmos aprender e crescer sempre, sem para isso precisar colocar em extremos opostos homens e mulheres. Afinal, como canta Betânia,

http://www.youtube.com/watch?v=eZqQx90tyPE&feature=BF&list=QL&index=1

Eu gosto de ser mulher
Sonhar arder de amor
Desde que sou uma menina
De ser feliz ou sofrer
Com quem eu faça calor
Esse querer me ilumina
E eu não quero amor nada de menos
Dispense os jogos desses mais ou menos
Pra que pequenos vícios
Se o amor são fogos que se acendem
Sem artifícios
Eu já quis ser bailarina
São coisas que não esqueço
E continuo ainda a sê-la
Minha vida me alucina
É como um filme que faço
Mas faço melhor ainda
Do que as estrelas
Então eu digo amor, chegue mais perto
E prove ao certo qual é o meu sabor
Ouça meu peito agora
Venha compor uma trilha sonora para o amor
Eu gosto de ser mulher
Que mostra mais o que sente
O lado quente do ser
Que canta mais docemente

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Alemão é o cacete. Somos brasileiros!

Confesso que estava muito apreensiva com relação à invasão da polícia ao Complexo do Alemão. Pensei que os bandidos poderiam ter minado acessos à favela, preparado produtos químicos que cegassem os policiais, sei lá, uma ofensiva surpreendente. Mas, felizmente, quem ficou surpresa fui eu. Depois de tantos anos da cultura do medo imposta pelos traficantes, eu pensei que eles tinham, vamos dizer, mais bala na agulha.

Meus respeitos à ação policial coordenada, organizada e unida. Sem dúvida é um exemplo que fica. Espero, é claro, que a ocupação continue e que se alastre para os outros redutos ainda livres da polícia, como a Rocinha.

Agora, um outro lado muito importante que ficou quase sem ser abordado é a questão dos consumidores de drogas. São eles que sustentam o tráfico, porque sem demanda não há oferta. E aí jacaré? Pra essa banda não pega nada?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Gosto de viver neste século

Às vezes a tecnologia pode ser tão maravilhosa... ou tão útil. Duas novidades na internet me chamaram a atenção recentemente. Primeiro a transmissão ao vivo do nascimento de bebês, o chamado parto on-line. Que coisa bacana. Fiquei imaginando quando o meu filho nasceu e minha mãe não pôde vir ao Rio porque meu pai estava muito doente, quão legal seria se eles pudessem ter visto o parto e conhecessem o primeiro neto assim, de imediato.

A segunda é meio fúnebre, quer dizer, totalmente, mas muito útil: a transmissão em tempo real de sepultamentos. Hoje em dia, com o mundo globalizado, quem não tem um amigo ou parente que mora longe e a quem gostaríamos de prestar nossa última homenagem? Governador Valadares, no interior de Minas, saiu na frente e oferece o enterro on-line.

Já há também sites tipo velório, onde você pode acender uma vela na intenção de alguém. Estranho, né? Mas, como nessas coisas acredito que vale mesmo o nosso propósito, acho válido.

É isso aí queridos, novos tempos. Parodiando Che, eu diria: Hay que adaptar-se pero sin perder el sentimiento jamás.

Quem quiser conhecer:
http://www.gratefulness.org/candles
http://www.velavirtual.com.br

terça-feira, 2 de novembro de 2010

De Gaulle tinha razão: isso aqui não é um país sério

No Globo de domingo saiu uma matéria falando que vão faltar pilotos de helicóptero no Brasil. Com as necessidades do pré-sal e considerando o tempo médio de profissionalização, o alto custo para se formar (em torno de R$ 160 mil para cumprir a carga horária mínima de vôos exigida) etc, etc, nossos parlamentares tiveram uma brilhante ideia: fazer uma emenda que permita importar pilotos.

????????? Ao invés de financiar esse curso caríssimo, estimular a formação de pilotos, anunciar a todos os cantos que o país tem essa necessidade e que os salários são ótimos, o que se pensa é dar uma excelente oportunidade profissional aos estrangeiros?

Bon Dieu de la France. Xenofobia à parte, isso é um total absurdo.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

“Para não dizer que não falei de flores”

Eu queria dividir com vocês um pedaço de um sonho. Um sonho que a gente pode sonhar dormindo ou acordado, pois é bom para a alma e para o corpo. Na verdade é como um antepasto, um abre apetite de amor, de paz, de alegria, de superação, de enfrentamento, de garra, de determinação, de força de vontade, de paciência (essa parte vocês me dão porque a minha sempre vai embora rapidinho, é fogo), de agradecimento, de merecimento, de solidariedade, de verdade, de amizade, de tesão pela vida.

Então, a entradinha foi boa? O prato principal pode ser bem variado, reunir os mesmos ingredientes em doses maiores e outros que você desejar combinar. O sonho estará completo quando todos estivermos com o mesmo sonho em mãos e mentes, numa espécie de meditação cósmica. Curioso é que será um sonho completo e completamente dividido e partilhado por nossos corações. Om shanti!

P.S: Minha homenagem ao Geraldo Vandré que nos brindou com essa linda e eterna canção.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

À Cuba libre

Primeiro, uma curiosidade: diz o resultado da pesquisa no google que a famosa cuba libre, que tanto rolou nas festas de outrora, é uma bebida cuja invenção é atribuída aos soldados norte-americanos que ‘ajudaram’ nas guerras da independência cubana (1898). Ah, o destino sempre nos pregando peças...

Agora vamos ao fato, já meio velhinho - eu estava sem inspiração para escrever – de que 500 mil trabalhadores estatais cubanos serão dispensados de seus postos e incentivados a abrir negócios próprios. Caraca, 500 mil??? Fiquei estarrecida. Haja empreendedorismo, e assim, de repente. Como esse povo todo vai se arranjar?

Arrendamento, usufruto e cooperativas também são apontados como alternativas, mas será mesmo nos pequenos negócios familiares que a coisa terá que deslanchar. Ou não.

Confesso que uma parte de mim se entristece em saber que o último suspiro socialista chegou. Ao mesmo tempo, torço para que o que o novo governo idealiza como possível e auspicioso realmente aconteça e a ilha de Fidel possa mostrar ao mundo a que veio. Com uma população com alto nível de escolaridade, medicina de primeira e sem as rigorosas sanções que os americanos e aliados impuseram ao longo de décadas, acho que los hermanos podem chegar lá.

Que Che os ilumine!

sábado, 2 de outubro de 2010

Uma vaia magistral à industria farmacêutica

Hoje vi um filme 'pay per view' na sky que levantou uma questão interessante e até veio a calhar com a notícia que deveria ser bombástica sobre a experiência que os norte-americanos fizeram na década de 60 com e contra os guatemaltecos. Digo deveria porque, cá pra nós, já espero quase tudo da humanidade e vir a público que colocaram em risco a saúde e vida humanas para testar medicamentos, francamente não me surpreende. O único ‘ah’ veio do fato de ser notícia. Enfim, uma mídia que não se vendeu, pelo menos nesse caso.

Bem, voltando ao filme, que trata de uma doença genética degenerativa e ainda incurável, pais desesperados e com medo de perder seus filhos aos 9 anos de idade partem para tentar financiar pesquisas de um cientista promissor. O que o pai passa, é brincadeira, mas por fim, o filme, que é baseado em fatos reais, tem um final relativamente feliz. Fica, porém, a mensagem principal. A indústria farmacêutica nada, absolutamente nada, tem de nobre. É vil, é cruel, só pensa em lucros e trata a vida humana sem qualquer consideração.

Não tenho ilusões: a cura de várias doenças não foi ‘descoberta’ porque não interessa aos cofres dos respectivos laboratórios. Vale muito mais a pena manter um remédio de uso prolongado e eterno para maximizar os lucros. Ou será que não te ensinaram isso na escola?

Ops, pra quem quiser ver, o nome do filme é Decisões Extremas, com o Harrison Ford no papel do cientista fodão do bairro Peixoto.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Unhas que te entregam? Tô fora


Novidades cosméticas proliferam-se a uma velocidade difícil de acompanhar. Recentemente li sobre o lançamento de um esmalte que muda de cor em função do humor da dona. Falei com as minhas filhas e elas adoraram. Mas eu fiquei pensando. Isso até que é interessante, pelo lado versátil da coisa, porém perigoso. Afinal vivemos em uma sociedade onde temos que disfarçar o que sentimos em várias ocasiões.

É ou não é? Então você está naquela reunião importante, de repente alguém fala uma M que te deixa desconsertada, pra não dizer P--- (esse blog às vezes é lido por crianças, preciso maneirar no vocabulário) e logo a sua própria mão vai revelar como você reagiu?

Na-na-ni-na-não. Sai pra lá cara pálida.

Quando eu quiser ser ousada, pinto a unha de azul, verde, preto ou qualquer outra coisa cheguei. Quando quiser ser comportada, mando ver uma francesinha ou um areia básico. Pra reforçar a sensualidade, um Deixa Beijar vai bem. Agora dar uma de camaleão pra todo mundo ver como estou (isso considerando que o negócio dá certo), aí já é demais. Quem quiser que exercite sua capacidade observadora com um pouco mais de esforço. Detesto ser óbvia.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um jornal falante

Causou um grande susto um anúncio sonoro da VW publicado num jornal indiano. Ligações para a polícia, denúncias de bomba, idosos passando mal. Também pudera. A gente pega uma mídia impressa, que até então só estimulava nosso sentido visual, e taca um barulho nela, é de assustar mesmo.

Quando li a notícia, achei interessante. Lembrei-me de imediato do cartão musical que um dia ganhei e achei maravilhoso esse avanço tecnológico, além de dever ser bem caro também. Mas, em seguida me dei conta do abuso. Você pega seu jornal tranquila, leva pro quarto pra desfolhar com cuidado e poder ler ao lado de quem você ama, por exemplo. De repente começa alguém falando, fazendo uma propaganda inesperada. É agressivo. É capaz de você gritar (se for mulher, é claro, rsrsrs), jogar o jornal pro alto, no chão, sei lá. Isso pra não falar na paranóia de bomba. Já pensou se daqui a pouco você está ouvindo seu radio no carro e começa a sair um cheiro ou uma imagem holográfica? Definitivamente não estamos preparados para essa sinestesia.

Se a evolução for por aí, pelo menos que se coloquem advertências nos meios de comunicação.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mulheres cada vez mais bonitas

Você sabia que o Brasil já é o 3º país no ranking dos que lideram as cirurgias estéticas? Nossas mulheres querem peito maior, bunda maior e cintura menor, nesta ordem. Fico me perguntando por que é ninguém fala nada sobre a cabeça. Não importa?

Acho a vaidade legal, levanta nossa auto-estima e também agrada aos demais. Quem não gosta de ver uma pessoa bonitinha, arrumadinha, cheirosinha? Mas gente, isso vale até a hora de abrir a boca, né não? Se começa a falar bobagens, se não sabe conversar, não tem articulação, enfim, o que a gente chama de ‘bom papo’, o resto fica sendo tão secundário...

Sei lá, pelo menos eu acho. Os cuidados com o corpo, e aí incluo as cirurgias plásticas, são legais, mas sem exageros. E temos que saber que, para quem não morre, a velhice é inexorável, assim como a gravidade. Precisamos aprender a enxergar a beleza desta fase também. Alguém tem um óculos bom aí?


sábado, 11 de setembro de 2010

Das profundezas dos nossos medos

O caso dos 33 mineiros chilenos descobertos vivos depois de vários dias soterrados a 700 m de profundidade chamou a atenção do mundo todo. Não obstante a muy longa execução do plano de resgate (será que eles pediram assessoria da British Petroleum?), que por si só já é alarmante, me salta ao coração o que já passou e o que passa pelas cabeças desses homens.

Homens repentinamente privados de quase tudo. Vivos, mas sob condições extremas de ambiente, higiene, alimentação, saúde, conforto. O medo e o desespero crescendo e afetando diferentemente uns e outros.
 
Interessante como se organizaram, com a figura de um líder espiritual entre eles. Interessante as funções que ganham mais relevância, como a do cara que faz os mapas que serão usados pela equipe de resgate, nos provando que tudo é relativo. Interessante a preocupação dos governantes, que providenciaram uma equipe que assessora à Nasa, formada por psicólogos e nutricionistas, para ajudar a manter o espírito elevado, a galera sempre com atividades, ocupada com lazer também, para não pensar bobagens. Uma prova de que a forma como encaramos os desafios que a vida nos apresenta pode definitivamente ser nosso maior amigo ou inimigo.
 
Aí remeto essa situação-limite à nossa própria vida. Acho que podemos aprender com ela. E ainda que acredite na frase ‘a gente só sabe o que sabe’, uma reflexão antecipada à experiência pode nos ajudar quando e se a hora H chegar.

Ser pragmático e racional é importante, mas ter esperança é ainda mais. Minhas melhores vibrações para esses bravos que nos recordam como a vida é um lindo presente que devemos abrir todos os dias.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

FILHOS BLOGUEIROS

Eu ia falar de outra coisa, mas vai ter que esperar porque minha emoção de mãe falou mais alto. Queridos, quero compartilhar com vocês o prazer de ter três filhos blogueiros. Primeiro foi o Felipe, depois de não aguentar mais eu encher o saco dele com tantas perguntas sobre o que eu queria fazer na internet, mas não conseguia (você sabe, aquele espaço entre o micro e a cadeira é ph...), decidiu lançar o “Inimigos da Tecnologia”. Muito próprio. E agora, aos 9 anos, minhas duas fofuras também resolveram entrar nessa. Que bonitinho.

Eu adoro o jeito que as crianças se expressam, sem medo, falando o que vem à mente assim de prima, sem filtro, sem censura. E com cada ideia... Acho que nos inspira, nos dá mais gás, sei lá, anima e nos faz acreditar que um dia esse mundo vai dar mais certo. Oxalá!  

Visitem e prestigiem:

http://amandabarra.blogspot.com
http://helenadventures.blogspot.com
http://inimigosdatecnologia.blogspot.com

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Como é que a banda toca


Os governos defendem ou fazem campanha contra as mesmas coisas, dependendo do que melhor lhes aprouver no momento. Você discorda? Bem, esse semana a imprensa divulgou que, no Brasil, o hábito de fumar foi reduzido para 45% nos últimos 20 anos. Fiquei feliz, como ex-fumante e como cidadã. Aqui tivemos várias censuras à propaganda tabagista, advertências colocadas nos maços de cigarro, enfim, providências que certamente foram determinantes para essa redução expressiva. É claro que provavelmente pesou muito mais para o governo os altos valores gastos no tratamento das doenças decorrentes do fumo, especialmente o câncer de pulmão, boca, esôfago e por aí vai.

Pois bem, nessa mesma semana, a agência AFP divulgou que em Moscou, ao contrário, o governo está estimulando a população a consumir mais vodca e cigarro, porque são produtos muito taxados. O governo alega que precisa engordar os cofres públicos e assim resolver os problemas sociais do país. São imediatistas, o problema de tratar os alcoólatras e fumantes fica pro próximo gestor. E a população que se lixe, não é assim?

Ah políticos, melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-lo?

sábado, 28 de agosto de 2010

Noitada feminina às quartas

Peço licença para tangenciar pelo tema futebolístico, do qual nada entendo, para dar meus pitacos sobre uma matéria que achei bem interessante publicada no Segundo Caderno de hoje. Na Zona Sul, os bares e restaurantes estão experimentando uma clientela diferente às quartas-feiras. Como é dia de futebol, a mulherada está saindo junto e deixando os maridos e namorados em casa ou em outros bares/outras casas curtindo o joguinho do time deles e dos adversários - homem adora fazer isso. Tem prazer em ver seu time vencer e em ver o adversário perder, Freud deve explicar.

Que interessante a iniciativa feminina. Bem melhor do que reclamar ou ficar P... É claro que as mulheres dos flamenguistas não têm muito este problema, já que mesmo os mais fanáticos torcedores desistem rapidinho com o time atual (essa eu roubei do meu filho, mas é verdade mesmo). Se a moda pega, hein? Depois que acabarem os campeonatos as mulheres vão continuar na gandaia monogâmica, quem sabe estendê-la a outros dias da semana, convidar também as amigas sem 'avec' e assim a primazia masculina será uma doce lembrança dos áureos tempos do futebol. Mas, pode também ser como diz o Cléber Machado, 'ou não'. Assim não tem como errar, kkkk.

Ainda sobre o futebol, quero dizer que tenho mais um motivo para admirar o Leão, fora aspernas maravilhosas e das quais já falei em outro post. A sinceridade dele. Demitido do Goiás, o técnico abriu o livro e falou o que a gente já sabe, mas poucos dizem. Sua demissão foi política, o presidente do clube tem que dar uma resposta pra torcida, alguém tem que pagar o pato com p minúsculo porque o Pato já está muito bem pago além mares. E mais, falou de dois meses de salários atrasados, da multa que receberá por quebra de contrato, dando valores reais às suposições alardeadas, que só sai depois de receber o que é seu de direito, enfim, parou com aquele discursinho de repetir a mesma lenga-lenga sempre que o time vai mal no campeonato. Gostei. Tomara que alguém pague também o Leão.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Saudades das vovós

Se não morrermos antes, todos vamos envelhecer. E já dizia Tônia Carrero, numa entrevista concedida há anos. “A velhice é uma merda, mas a outra opção é pior”. Pois é, fiquei pensando nisso e bateu uma grande saudade das minhas avós. Ambas passaram pro andar superior na vantagem, digamos assim. A paterna aos 93 anos, a materna aos 95.

Acho que as duas souberam viver muito bem. Minha avó Leosira sempre foi uma salvação para mim. Com pai muito autoritário, cortando as coisinhas bobas de adolescente que eu queria fazer, como pintar a unha de esmalte escuro, fazer sobrancelha, raspar a perna (naquela época se usava gente, acreditem!), colocar uma sainha mais curta, minha avó, mãe dele, era a salvação. Ela dizia. - Escuta aqui, eu deixei a menina pintar a unha da cor que ela quiser, amanhã eu passo aqui pra ver se continua pintada, hein? Meu pai me fuzilava com o olhar, mas deixava, ele não ousava enfrentar a vovó. Vó Leosira gostava de agradar os netos, cozinhava muito bem, fazia nossas vontades, ovo frito pra um, batata frita pro outro, franguinho frito pra terceira (antigamente era tudo frito, e na banha, e a gente não tinha problema de colesterol nem nada). Quando a gente deitava no colo dela, ela fazia cafuné. Era horrível, doía, porque ela não sabia fazer, ela meio que enfiava a unha no casco da gente, mas eu não tinha coragem de reclamar, a vovó era tão boazinha...

A vó Nair, é claro, como sogra, não tinha essa ascendência sobre o meu pai, mas eu não precisava disso pra gostar da vó, era só um ‘plus’. Vó Nair sempre foi muito bacana. Nunca foi chata nem ranzinza, falava baixo com a gente, era delicada e amiga. Eu sempre queria ir pra casa da vovó e balançar no balanção de lá, molhar as plantas, colher pitanga, ouvir as histórias da roça. Ah, essa minha vó também era uma cozinheira de mão cheia. Fazia um bife na frigideira de ferro que todos os netos adoravam ver, era fogo pra tudo que é lado. Um espetáculo pros olhos, pra boca e pro coração. Nunca mais comi um bife tão gostoso. E quando ela fazia gnochi? Juntavam os netos em volta da mesa de fórmica vermelha querendo jogar o trigo e cortar as tiras de massa caseira. Ta ta ta ta ta ta, fazia a faca. E foi na casa da vovó que todo mundo aprendeu a jogar buraco, sueca, bisca, e a não saber perder no jogo. Mas isso já é outra história, era o lado do meu avô que jogava as cartas pro alto, gritava e reclamava à moda italiana. Fazia parte. Então a gente podia destemperar também? Ah tá.

Que vocês possam sentir de longe nosso carinho, saudade e agradecimento. Bença vó.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Todo jornalismo mostra um lado da moeda. Você também vê o outro?


Na edição do último domingo, O Globo publicou em sua página 35, caderno Economia, uma matéria sobre Arianna Huffington, uma mulher que, segundo eles, reinventou o jornalismo on-line. Como coleguinha, me interessou a chamada e fui ler. Gostei.

Em síntese, o que Arianna prega é o jornalismo partidário, de opinião, onde o profissional, repórter, colunista, o que seja, mostra suas crenças e defende suas opiniões sobre os temas badalados na grande mídia.

Bom, na verdade é isso que acontece sempre, só que vem mascarado de uma capa de verdade, imparcialidade, honestidade e outras virtudes que inexistem nesse meio – se alguém souber onde existem, me contem, porque até hoje estou procurando (rsrsrs).

No meu tempo de faculdade (shiii, faz tempo), logo na primeira aula com a Ana Arruda, ela mandou escrever dois textos sobre o aborto, um contra e outro a favor (se o tema não era esse, era algo tão polêmico quanto, saudades da minha ex-boa memória). Ela disse: - É assim que vai ser nas redações, vão te dizer se a matéria é pra ser contra ou favor algo ou alguém e quem não souber fazer, vai dançar. E é isso mesmo. A mídia defende ou ataca quem ou o que melhor convier no momento, e disfarça isso, ou tenta, obtendo sucesso nas grandes massas.

Então, ver alguém que de público se submete ao público, com menos interesse,menos partidarismo, tem sua beleza. Acho que aqui no Brasil iniciativas parecidas também florescem - a internet possibilita isso, talvez com um sucesso menos retumbante, mas não importa, as pessoas estão se colocando mais abertamente. Talvez porque o disfarce tenha sido descoberto, talvez porque tem uma hora que cansa, sei lá. Ainda sinto forte o mau cheiro da hipocrisia, mas acho que está melhorando. Nossa participação, como leitores interativos, estimulados pelos e-mails, tweeter, facebook, orkut e blogs tem um papel nisso. Somos parte deste todo, vamos participar.


sábado, 14 de agosto de 2010

O QUE É LIBERDADE?


Atendendo à sugestão da minha ferrenha leitora, incentivadora, comentarista e amiga também blogueira, Rosemary Timpone, vou falar um pouco sobre liberdade. Começo com uma frase de John Waters, cineasta e escritor, que achei sui generis.

 “Hoje todo gay quer casar. Quando eu era jovem, ser gay significava comemorar a liberdade de não ter filhos, não entrar no Exército por livre e espontânea vontade e não precisar casar”.

Como as coisas mudam com o tempo, não é mesmo? A noção de liberdade também. Eu acho que ser livre passa sobretudo por se sentir livre dentro de nós mesmos, capazes de fazer escolhas que podem e com certeza desagradarão alguns, mas que são escolhas nossas, pessoais, são a nossa marca, aquilo que nos diferencia.

É claro que, como ser social, essa liberdade também não é total, quero dizer, existe um código ao qual devemos todos nos submeter para não sermos alijados ou marginalizados. Não podemos matar, roubar, estuprar, cometer incesto e todas as outras ações concebidas aqui como crimes, por exemplo. São conceitos do nosso mundo ocidental e capitalista. Em outro tipo de organização social a coisa mudaria de figura, mas voltemos ao conceito de liberdade.

No passado, aqui no Brasil, muitos casamentos eram arranjados, os noivos sequer se conheciam. Hoje, depois de anos de convivência, muitos descobrem que também não se conheciam, mas aí já é outra coisa. Também no passado, como bem expressou Waters, os gays, assim como os hippies, eram símbolos de liberdade, de escolhas pessoais que não precisavam se enquadrar nas regras obsoletas e hipócritas ditadas pela sociedade. As drogas também ocuparam esse papel e vários músicos célebres. Elwis não morreu, os Beatles tão pouco. O povo reverencia quem, em sua época, no seu contexto, se rebela e diz um basta ao sistemão opressor.

Na política, o caminho foi parecido. Mais de 20 anos de ditadura para depois conhecermos a democracia, através de luta, insurgência, articulação. Isso também é liberdade.

Mas, felizmente, como o homem sempre tenta evoluir e crescer em seus conceitos, estamos ainda em busca da liberdade, e essa busca já é em si um exercício libertário. Queremos agora uma liberdade que venha com aceitação, sem pré-julgamentos, como inclusão social, para usar um termo da nossa época.

Este blog é um exemplozinho dessa liberdade, no caso de expressão, da minha verdade. E para você, o que é liberdade?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um filme pra entrar na lista: ‘Uma noite em 67’

Hoje quero falar de amenidades. Fui ver “Uma noite em 67” e voltei maravilhada. Que filme bonito. Como na época eu era muito pequetitinha, não me lembro de nada, claro, mas os artistas e cantores ainda são destaque na MPB de hoje, e isso é o que torna o filme atual.

De um lado, o clima tenso, divertido e surpreendente de um festival de canções inéditas. De outro, poder assistir às entrevistas com Chico, Caetano, Gil, Edu Lobo, Roberto Carlos, Nelson Motta, Sergio Cabral (o pai, é claro), com depoimentos engraçados, lembranças marcantes e revelações hilárias foi super. O passado e o presente contrapostos. Uma linha do tempo singular num musical documentário de primeira.

Gente, e como evoluímos na qualidade da reprodução do som e imagem nestes 40 anos. Assim é que damos valor à tecnologia. Senti saudades de não ver a Elis, mas quem sabe eles fazem uma noite em um outro ano da década de sessenta de cujo festival ela tenha participado. Fica a sugestão. Se eu fosse crítica de cinema, recomendaria sem susto. Acho que a geração próxima dos 40, 50 anos vai gostar e muito.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Só Hitler é que não pode?

Diz a música da Legião Urbana:

Meu filho vai ter
Nome de santo
Uummhum!
Quero o nome mais bonito


Eu também. Quando meus filhos nasceram, procurei caprichar nos nomes, escolher o significado, esse tipo de coisa. Agora me deparo com o casal de americanos que nomeou um rebento de Adolf Hitler e os outros dois também com nomes nazistas menos conhecidos. Eu já sabia que os americanos são bem problemáticos, e sabe-se lá que razão esdrúxula levou os pais a isso, mas daí a tirar-lhes a guarda dos três e entregá-los para orfanatos vai uma grande distância. Não se poderia mudar a graça das crianças e fazer uma terapia de família para investigar as causas dessa sandice? Ou submeter os pais a acompanhamento com o serviço social? Sei lá, outras soluções menos drásticas. Até porque, se o interesse alegado é o bem estar dos menores, o orfanato é a melhor alternativa? E mais, se o pai conseguiu registrar as crianças é porque não havia na lei americana algo que impedisse essa prática, certo?  Então a punição não é desmedida?

Acho que o Hitler realmente foi o fim da picada, mas os americanos, quando jogaram a bomba em Hiroshima e logo depois em Nagasaki, também não ficaram para trás. Uma coisa é mostrar poderio, força, ameaçar, outra é repetir a dose e matar de uma só tacada mais de 70 mil pessoas diretamente, sem contar nas gerações doentes que se seguiram. Nas duas cidades, mais de 200 mil mortos, em sua maioria civis, sem ao menos um pedido de desculpas americano. E depois o Vietnã, o Iraque, o Afeganistão e continua a lista. Aí eu pergunto. Foi só o Hitler? Ou devemos também proibir os nomes de Harry Truman, Eisenhower, George Bush, etc, etc, etc? Não vai ter espaço nos orfanatos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Reduzir o índice de violência contra a mulher depende da própria

Amanhã se comemora o 4ª aniversário da Lei Maria da Penha, que aumenta o rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Uma coisa boa, mas eu fico pensando: como é que tantas mulheres convivem com a violência quase diária de seus companheiros e continuam morando com eles? Que ausência de auto-estima é essa? O que justifica esse masoquismo?

Lembrei de uma empregada doméstica que tive e que faltou ao trabalho três vezes e na última me confidenciou que o marido batia nela. Mostrou as marcas roxas no peito, o ouvido dela inchado do tapão, o chute na barriga. Eu fiquei horrorizada, disse que ela tinha que denunciar o marido imediatamente e sair de casa, mas ela falou que gostava dele e que ele só fazia isso quando bebia. Foge a minha compreensão um amor assim. Contra essa cegueira e ignorância, não há lei que dê jeito, você não acha?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pastor da Universal é carreira com concurso e tudo, e paga bem

Gente, falar de futebol, política e religião é briga na certa, né? Eu queria ficar quieta, mas não dá. Veja em que mundo estamos. A Igreja Universal está abrindo concurso para pastor. Salário inicial de R$ 8 mil + benefícios. O que vc acha disso?
Leia a matéria completa acessando o link http//guiame.com.br/v4/53963-1692-Igreja-Universal-abrir-concurso-para-pastor-sal-rio-inicial-de-R-8-mil.html

Porque detesto política

Tinha programado falar de outra coisa, mas as notícias do jornal de hoje me deixaram horrorizadas. Tenho que desabafar.

1ª: O ministro do STJ e o ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal, acusados de VENDER SENTENÇAS para a máfia dos caça-níqueis, processados pelo STF por corrupção e prevaricação, foram condenados pelo Conselho Nacional de Justiça com a pena mais alta. Sabe qual? Aposentadoria compulsória, que no caso dos ditos cujos representa cerca de R$ 25.000/mês, o salário integral dos (in)felizes porque já tinham 35 anos de contribuição. Eu tô maluca ou isso jamais seria uma punição? Em cinco anos o CNJ já aposentou compulsoriamente mais de 15. Que beleza. Esse é o exemplo que o Conselho Nacional de Justiça nos dá. Tramitam no congresso, sem data para votação, emendas que acabariam com a aposentadoria com proventos. Vc imagina a pressa que eles têm pra votar essa questão, né?

2ª:A prefeitura do Rio tem uma dívida com a União de aprox. R$ 6,76 bilhões a ser quitada até 2029, pagando juros mensais, é claro. Sabe o que ela vai fazer para ‘economizar’? Pegar um empréstimo com o Banco Mundial de R$ 1,9 bilhão. Diz que com isso economizará R$ 400 milhões/ano com juros, trocando 9% de juros cobrados pelo governo contra 6% de juros cobrados pelo Bird e aumentando o período de quitação da dívida até 2040. Meu Deus, é provável que meus bisnetos ainda tenham essa dívida nas costas. Tem mais: além do absurdo da situação em si, o Bird para conceder o empréstimo fez outras exigências. Uma delas, cláusula do contrato, é aumentar a idade mínima para a aposentadoria dos professores. Outra é construir escolas de ensino fundamental em favelas em áreas de conflito. Só esqueceram de mandar a mãe do Eduardo Paes ser professora, ganhar pouco, submeter-se ao medo da violência, assaltos, bala perdida etc e ainda com aposentadoria mais longa. O que é isso? Algum advogado poderia me dizer se isso é legal, uma exigência contratual suplantar um direito adquirido do trabalhador?

3ª: Em Salvador, uma rua da periferia foi batizada com o nome de um falecido jornalista, conhecido por defender o assassinato de homossexuais. Suas frases famosas: ‘Mantenha a cidade limpa, mate uma bicha todo dia’ e ‘Matar veados não é homicídio, é caçada’. Alguém me explica como uma pessoa assim, ao invés de ser presa, e ele próprio deveria ser um gay enrustido, porque só os não assumidos têm uma revolta inexplicável dessas (Freud, você explica?) ainda é homenageado??? A galera lá ta protestando. Eu apoio.

Em tempo: Apoio também poder declarar como dependente no IR companheiro homossexual, e casamento gay idem. Por que as pessoas se metem nas opções sexuais dos outros? Que atraso. Vai trepar que é mais gostoso!

domingo, 1 de agosto de 2010

Preconceito até no enterro dos mortos

Li hoje no Globo um artigo que me deixou fula. Uma ‘coleguinha’ jornalista, moradora da zona sul carioca e pegando carona na popularidade da Cissa Guimarães, contou sua história triste de ter ido a três enterros na mesma semana como pano de fundo para falar das mazelas do São João Batista. Até aí, tudo bem. Ela disse que o cemitério está largado às baratas, ou melhor, aos ratos, os animais e os homens larápios. Até aí, normal, quer dizer, anormal, mas uma crítica justa e procedente.

Até que, de repente, ela dá o motivo pelo qual isso é um absurdo. A família dela tem um mausoléu lá, assim como a família de muitas pessoas importantes, autoridades inclusive, que descansarão o sono dos ‘justos’ em Botafogo. Então, é lógico, segundo ela, que as autoridades em vida façam alguma coisa para salvar o cemitério que lhes servirá de morada.

Gente, já enterrei meu pai, minha tia, meus avós, primos, tios e realmente concordo que o cemitério deveria ser mais digno, limpo, seguro, um ambiente onde a gente pudesse sentir algum tipo de conforto espiritual. Mas isso, creio eu, não porque ali jaz esse ou aquele tipo de pessoa, simplesmente porque todo ser humano merece respeito e dignidade, e não só, e às vezes inclusive muito menos, as autoridades ou a elite ou os famosos.

Ainda me choca essa gente que se acha porque mora ali ou porque conhece fulano ou porque já dormiu com sicrano. ‘Do pó viemos, e ao pó voltaremos’, é uma verdade inexorável, válida para toda a humanidade, ‘coleguinha’, e não apenas para os bem nascidos ou para os bem ‘morridos’. Ah, e só para te dar uma luz, que já deu pra perceber que você está nas trevas da ignorância e do preconceito, o São João Batista é administrado pela Santa Casa da Misericórdia, uma entidade particular, que se diz filantrópica.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O outro lado do caso Bruno

A maioria de nós já está cansadíssima da exaustiva repercussão desse caso, mas há um aspecto que julgo muito interessante, e sobre o qual não vejo debate: a questão das mulheres que resolvem engravidar para se dar bem na vida.

Ora, sou mulher e acho isso um absurdo. Ter um filho é, ou pelo menos deveria ser, uma opção. E aí entramos numa seara quase proibida em nosso país que é o direito ao aborto. Já custou a eleição da Jandira Feghali da outra vez e os políticos medrosos nem se manifestam mais sobre isso, mas enfim, se vivemos numa democracia, posso falar. Aborto, melhor não fazer, mas se precisar, é uma opção sim.

Continuemos. Uma opção da mãe e do pai. Não sou contra qualquer mulher que queira ter uma produção independente, ao contrário, muito mais honesto. Mas, se você engravida, querendo ou ‘sem querer’, e decide levar adiante sua gravidez, caramba, o dito cujo parceiro tem que ser comunicado e ter direito de dizer ele também se quer ou não ser pai. Sim, direito. Não acho justo ser um dever dele assumir uma paternidade não desejada, não planejada e ainda por cima, muitas vezes estrategicamente manipulada. Deveria haver uma proteção legal contra isso, em qualquer fase da vida. Se uma fulana foi pra cama porque quis com um carinha cheio da grana e não se cuidou (e olha que vivemos numa época em que há pílula do dia seguinte, com efeito se tomada até 5 dias depois do ato) e deixou vir um filho, muito bem. Escolha dela, direito dela. Que verifique se o pai deseja dividir essa responsa e, caso não, arque com as consequências de sua decisão, financeiras inclusive. Não podemos manter essa hipocrisia que é defender direitos iguais para homens e mulheres se ainda temos ranços tão arraigados de uma sociedade machista e patriarcal. Senhores juízes, não coadunem com uma conduta destas.

Outra coisa que precisa ser revista é o valor estabelecido a título de pensão. Faz-me lembrar o Figueiredo, que disse que se ganhasse um salário mínimo se mataria. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. A verdade é que os que são vítimas do golpe da barriga, em sua maioria, estão numa situação econômica muito confortável. A mulher, ao contrário. Então, de quanto precisa uma criança para ser bem alimentada, educada, manter sua saúde, ter direito a lazer etc? Não é de R$ 10 mil por mês ou 90% dos nossos filhos não teriam sobrevivido, certo?

Por que deve haver uma relação percentual entre o que fatura o pai e o que recebe o filho? Sou contra também. Se e apenas se o pai concordar em dividir as despesas, que seja dividir. Se ele quiser assumir a integralidade dos gastos, decisão dele, nada a opor. Mas se o cara recebe luvas disso, direitos daquilo, rendimentos de aplicações, salários etc, não é razoável que tudo entre num bolo que acabe em uma pensão polpudíssima, que só faz encorajar jovens de caráter duvidoso a manter a prática enganatória como uma estratégia eficaz. Será que ninguém vê isso?

Claro, nem precisa dizer que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Nada, absolutamente nada, justifica sequestro, tortura, morte e todas as demais atrocidades envolvidas no caso do ex-goleiro, mas gente, reflitamos também sobre esse outro aspecto. Afinal, golpe, má fé, chantagem e mau caratismo também deveriam ser banidos, você não acha?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Políticos no ar, no mar, nas ruas

Chegaram as campanhas políticas. Arc! Pois é, podemos fugir dos horários gratuitos na TV (thanks Sky), no rádio (I lv my CDs), mas não tem jeito, de uma forma ou de outra eles te pegam. Um santinho daqui, um folhetinho dali, carro de som acolá.
Se pelo menos servisse de alguma coisa...

Outro dia citei num jornal de cliente uma frase que achei muito boa: “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados por quem se interessa”. Pertence a um economista inglês chamado Arnold Toynbee. Realmente. Não podemos, ou pelo menos não devemos, nos dar ao luxo de nos lixarmos para a política. Afinal, no nosso modelo de sociedade, é assim que a banda toca.

Dito isto, faço aqui minha mea culpa quanto ao Lula. Não me lembro se votei nele todas as vezes que ele concorreu, mas algumas com certeza. Depois, porém, fui uma crítica implacável, especialmente no mandato anterior. Hoje refiz essa leitura. Reconheço que o cara é um político nato, e acredito que fez todos os brasileiros serem conhecidos de forma mais digna por aí afora. Erra, com certeza. Mas também acerta bastante e é verdade que o salário mínimo melhorou muito, a pobreza diminuiu e chega porque não estou aqui para defender ninguém. Apenas acalmaria minh´alma saber que nós vamos tentar conhecer um pouquinho da vida pregressa e das ações desses candidatos ficha nem tão limpa assim, antes de entregarmos a eles nosso voto. Eu vou. E você?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Copa do Mundo: os juízes erram MUITO feio e fica por isso mesmo?

O tema da vez é o futebol, a Copa do Mundo. Enquanto mulher, ser a quem no Brasil é dado o direito de elogiar as pernas dos jogadores ou tecer comentários estéticos quaisquer sobre um dos 22 em campo (caraca, ta sabendo), devo dizer que acho um absurdo a Fifa não recorrer à tecnologia e permitir que erros descarados dos juízes mudem completamente o rumo de jogos decisivos.

Estamos falando de uma paixão que é transnacional, ora bolas, e como pode um carinha validar erros grotescos como não marcar um gol onde a bola entrou pra caramba ? Eu disse aqui em casa, que se fosse o goleiro da Alemanha avisaria que o gol foi legítimo, tal fazem os tenistas que acusam a marcação de um ponto adversário. Meu filho achou um absurdo, e disse que nenhum jogador faria isso, mas ora, no futebol não se pode ter decência? Qual a graça de ganhar assim? É daí que vem o lema ‘o importante é competir’?

Mais tarde, antes de dormir, ouço por osmose ao programa que meu marido assistia, um bate papo futebolístico onde se comentava a declaração do Dunga de que os erros fazem parte do futebol e que se não fosse isso muita gente ia estar desempregada, os comentaristas, ele inclusive, que o inesperado faz parte e um blá blá blá danado. Gente, me revolta ouvir uma coisa dessas. Então tá, a gente sabe que foi um erro crasso, o mundo inteiro viu, mas tudo bem, fica por isso mesmo porque futebol é assim? Se ser mulher é perceber isso e não se conformar, vou continuar com saudades das lindas pernas do Leão, para sempre marcadas na minha memória. Pelo menos não era um passado inglório.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sobre a morte - parte mortal, rsrsrs

Não chegamos ao final porque seria a morte (adoro quando sou engraçadinha), mas gostaria de fechar temporariamente esse assunto com algumas reflexões que acho bacana e com o vídeo da canção O Que Você Faria
Não me traga rosas quando eu estiver morto. Quando a Morte reivindicar a luz da minha fronte, nenhuma flor de vida me reanimar : ao invés, você pode me dar rosas agora!
Thomas F. Healey

Para avaliar a importância real de uma pessoa, devemos pensar nos efeitos que sua morte produziria.
François Gaston de Levis

A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas.
Leo Buscaglia

O Que Você Faria
Lenine
Composição: Paulinho Moska/Billy Brandão

Meu amor
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria pr'um shooping center
Ou para uma academia?
Prá se esquecer que não dá tempo
O tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Travanca da delegacia?
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sobre a morte - parte V

E falando em morte, como não falar do suicídio. Nosso soturno Nietzsche afirmou:
A ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más.
Alguma coisa poderia te levar ao suicídio? O que você pensa sobre escolher, deliberadamente, a morte?
Beijos carinhosos

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre a morte - parte IV

Ainda por aqui (q. bom!), seguimos com o assunto. Eu que não sou fã de Paulo Coelho, acho sábia essa frase: Todos nós, cedo ou tarde, vamos morrer. E só quem aceita isso está preparado para a vida.

Você já aceitou a morte? Acha que está preparado para aceitar a morte de alguém muito querido? Comente sua experiência
Beijos carinhosos

terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre a morte - parte III

Mais uma vez dissecando o assunto, o impagável Woody Allen declarou:
Não me importo de morrer, mas preferiria não estar por perto quando acontecesse.

Levar o assunto com humor já te ocorreu? Você se importa de morrer? Por quem? O que mais te preocupa na tua ausência?
Beijos carinhosos

segunda-feira, 29 de março de 2010

Sobre a morte - parte II

Continuando com nosso tema, temos o seguinte pensamento de Fernando Pessoa:
Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada.

Você acredita na vida após a morte? Se sim, como você imagina que seja? Acha que nossa vida aqui na terra tem influência sobre uma possível outra vida?
Beijos carinhosos

domingo, 28 de março de 2010

Sobre a morte - parte I

Meu convite foi pra falar de vida, então queria começar com a morte
Diz Dalai Lama:
.... Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente, de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.

A morte enseja múltiplos e contraditórios pensamentos. É um tema enoooorme. Então vamos como Jack, the stripper? Diga lá:
O que você acha da morte? Ela te assusta? Tem medo de sofrer por perder alguém querido?

O assunto continua em debate amanhã, e você está convidadíssimo. Venha conferir e no final me diga se sua visão da morte mudou alguma coisa com nosso debate.
Beijos carinhosos

quinta-feira, 25 de março de 2010

Vamos trocar?


Vida, impressões, certezas, incertezas, imprecisões
é disso que eu quero falar e com você trocar
ideias vãs, ideias vagas, ideias simples, nossas ideias
e pensar o pensamento livre, sem medo de julgamentos

Não precisa rimar as palavras,
basta que faça sentido pra você e pra mim
temos tanto a aprender, sempre algo a ensinar
vamos juntos exercitar

Você opina, você sugere, você questiona,
você propõe ou só escuta as palavras escritas
e você somos nós, eu, você, ele e ela
aqui unidos pela amplidão da nossa língua

Portuguesa, brasileira, carioca, não importa
não valem pré-conceitos, mas respeitar os conceitos diversos
isso sim é bacana. Se diferentes, nos enriquecem,
se semelhantes, nos confortam

Tá bom demais, poder se expressar como em casa
sem fronteiras, sem amarras, com profundidade
não vale nota, não tem um propósito profissional ou financeiro
é mesmo usar a tecnologia a nosso favor e aproveitar

O momento, o instante, a beleza
Um brinde à fluidez do raciocínio